
A presidente Dilma Rousseff anunciou na China um projeto de investimento na �rea de tecnologia da informa��o no Brasil pela Foxconn de US$ 12 bilh�es (cerca de R$18,9 bilh�es) em seis anos. O investimento seria para a instala��o da produ��o de telas usadas em equipamentos como celulares de terceira gera��o e iPads. A Foxconn � o maior fornecedor de produtos da Apple na China.
Se o investimento for concretizado, a f�brica ser� primeira do tipo do Hemisf�rio Ocidental. Dando mais detalhes sobre o projeto, o ministro da Ci�ncia e Tecnologia, Alo�zio Mercadante, disse que o investimento vai gerar 100 mil empregos, entre eles para 20 mil engenheiros. Al�m disso, a Foxconn, que ainda n�o escolheu local para o investimento no Brasil, construiria uma " cidade do futuro" para 400 mil pessoas, onde seria instalada a f�brica.
"Precisa de fibra �tica, infraestrutura, banda larga. � algo extremamente sofisticado", disse Mercadante, listando parte do que o governo ainda precisaria fazer. Ele destacou ainda que o acordo para o investimento inclui pontos fundamentais para o governo como transfer �ncia de tecnologia e s�cio brasileiro (o que ainda n�o foi definido). Este s�cio entraria com parte dos recursos, mas, segundo o ministro, a Foxconn est� disposta a investir "pesado".
O volume de investimento prometido pela Foxconn, que seria distribu�do ao longo de um per�odo, equivale a quase o total de investimentos da China no Brasil em todo o ano de 2010, quando o pa�s, segundo levantamento da entidade americana Heritage Foundation, que acompanha o destino final dos investimentos chineses, recebeu cerca de US$ 13 bilh�es (cerca de R$ 20 bilh�es) de investidores diretos vindos da China. A maior parte desses investimentos, 85%, foram para �reas de recursos naturais, como petr�leo e minera��o.
Comemora��o
A promessa de investimento da Foxconn foi comemorada pelo governo como mais um �xito na tentativa de atrair para o Brasil investimentos para a gera��o

A presidente comemorou tamb�m o documento assinado por ela e o presidente chin �s, Hu Jintao, que assume o compromisso de tentar atender � principal demanda do Brasil nesta viagem: a diversifica��o da rela��o entre Brasil e China. Em dois discursos, antes de se encontrar com Hu Jintao, Dilma Rousseff destacou a necessidade de se inciar um novo cap�tulo na rela��o com a China com investimentos em �reas que agreguem valor � cadeia produtiva brasileira e mais abertura no mercado chin�s a produtos brasileiros que n�o sejam apenas commodities.
Em um de seus discursos, no semin�rio empresarial do qual participou, a presidente chegou a dizer que nenhum pa�s pode alcan�ar a prosperida � custa de outros. O documento, assinado pelos dois presidentes, faz v�rias refer�ncias - menos incisivas - � quest�o. "A parte chinesa manifestou disposi��o de incentivar suas empresas a ampliar a importa��o de produtos de maior valor agregado do Brasil", diz o documento.
Na �rea de investimentos, o memorando diz que os dois lados "comprometeram-se a ampliar e a diversificar investimentos rec �procos em particular na ind�stria de alta tecnologia, automotiva, nos setores de energia, minera��o, log�stica, sob forma de parcerias entre empresas chinesas e brasileiras". Tamb�m falaram da import�ncia de "estrat�gias comuns para agregar valor a produtos alimentares agr�colas".
Se na busca por mais equil�brio na rela��o entre os dois pa�ses houve avan�os, pelo menos nas promessas expressas pelo documento, em outros pontos importantes da rela��o bilateral, n�o houve novidades.
Quest�o pendente
O Brasil n�o reconheceu o status da China como economia de mercado, uma quest�o pendente, desde que o governo Lula prometeu o reconhecimento do status em 2004. Entre analistas chineses, havia expectativa de que, com uma solu��o para o caso da Embraer na China, o Brasil cedesse e pudesse mudar a posi��o de protelar o reconhecimento oficial.
Um acordo permitiu que a Embraer mantivesse sua f�brica em Harbin, na China, ap�s conseguir licen�a do governo para produzir no pa�s jatos executivos Legacy, que n�o competem com o objetivo do governo chin�s de desenvolver seu pr�prio avi�o comercial de grande porte.
O documento, no entanto, diz que " a parte brasileira reafirmou o compromisso de tratar de forma expedita a quest�o do reconhecimento da China como economia de mercado". Do lado chin �s, n�o houve apoio expl�cito � candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Seguran�a da ONU em uma eventual reforma da organiza��o.
A diplomacia brasileira, no entanto, interpretou como um bom sinal palavras presentes no texto como "A China atribui alta import�ncia � influ�ncia e ao papel que o Brasil, com maior pa�s em desenvolvimento do Hemisf�rio Ocidental, tem desempenhando em assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspira��o brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Na��es Unidas".
O documento prev � ainda a ida de uma miss�o empresarial chinesa ao Brasil no primeiro semestre de 2011 para, segundo o memorando, promover a diversifica��o do com�rcio bilateral e investimento rec�proco. Dilma Rousseff e a delega��o brasileira, que ficam na China at� s�bado, assinaram mais de 20 acordos de coopera��o em diversas �reas.