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Estado de Minas CONSUMO

Mineiro consome mais carne de porco com a alta no pre�o de bovinos

Lombo, pernil, costela... Base de pratos t�picos mineiros, carne su�na ganha mais espa�o no estado com a alta no pre�o de bovinos. Em 2010, consumo per capita subiu de 19kg para 21kg


postado em 13/04/2011 06:00 / atualizado em 13/04/2011 07:58

 

O chefe de carne do Porcão, Sidnei Ferreira da Silva, diz que serve 80 quilos de cortes suínos, como pernil e costelinha, por semana na churrascaria(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O chefe de carne do Porc�o, Sidnei Ferreira da Silva, diz que serve 80 quilos de cortes su�nos, como pernil e costelinha, por semana na churrascaria (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Um dia depois de a China anunciar que come�ar� a importar carne de porco de frigor�ficos brasileiros, a Associa��o dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg) comemora um levantamento sobre o ingrediente indispens�vel � boa parte da saborosa e diversificada culin�ria mineira: o consumo per capita do alimento no estado subiu de 19 quilos, em 2009, para 21 quilos em 2010. O n�mero supera a m�dia nacional, que � de 14 quilos, e a de outros pa�ses, como R�ssia (16 quilos) e Jap�o (18 quilos) – a Espanha, com 66 quilos, � a campe�o mundial. O resultado, al�m de manter Minas com o t�tulo de estado que mais consome o produto no Brasil, antecipou uma meta que a entidade, no in�cio de 2010, havia se programado para alcan�ar apenas no fim de 2012.

O bom desempenho do mercado de su�nos se deve a v�rios fatores, mas, principalmente, ao aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas e �s sucessivas escaladas do pre�o da carne bovina nos a�ougues. Para se ter ideia, entre janeiro e dezembro de 2010, enquanto o pre�o da carne de gado saltou 25,51%, o da de porco subiu 14,86%, segundo levantamento da Funda��o Ipead/UFMG. “Tamb�m se deve a outros motivos, como a adapta��o nossa ao mercado. Por exemplo, h� 20 anos atr�s, o porco tinha quatro cortes (costela, lombo, lombinho e pernil). Hoje, h� mais de 90. Ou seja, a pessoa n�o precisa mais levar para casa a pe�a inteira do pernil. Pode levar bifes”, explica Jo�o Bosco Martins de Abreu, presidente da Asemg.

Ele admite que os neg�cios envolvendo frango e boi ainda colecionam n�meros mais atraentes do que o do setor que representa. No fim de janeiro, estudo da consultoria Informa Economics FNP revelou que cada brasileiro, em m�dia, consome 44,7 quilos da ave e 35 quilos de carne de boi. Mas o presidente da Asemg destaca que os suinocultores v�m conquistando maior espa�o a cada ano. E cita um indicador importante para refor�ar suas palavras: a m�dia de animais vivos comercializados semanalmente saltou 18,6% entre 2009 e 2010, de 1.107.154 cabe�as para 1.313.276 unidades.

S� o frigor�fico Uberaba, um dos maiores do estado, abateu cerca de 1,2 mil porcos por dia no ano passado. “Foram cerca de 84 toneladas de carne (a cada 24 horas). Em 2011, o n�mero j� subiu para 1,5 mil (cabe�as), ou aproximadamente 100 toneladas”, comemora Carlos Ferreira Rocha, gerente comercial da empresa e assessor da presid�ncia do Sindicato das Ind�strias de Carnes e Derivados de Minas Gerais (Sinduscarne). “No confronto entre 2010 e 2009, o setor vendeu 20% a mais de carne su�na. O grande motivo foi a alta do pre�o do mercado de boi”.

Venda cresce nos a�ougues

Alguns a�ougues, tipo de estabelecimento que interessa diretamente ao consumidor, registraram justamente este percentual. O propriet�rio do a�ougue Rei da Carne, Orlando Costa Amaral, ressalta que “boa parte da clientela migrou” para o alimento mais barato. “Estamos vendendo 20% a mais de porco e 20% a menos de boi, pois a primeira custa pouco mais da metade da segunda”, acrescenta o comerciante, apontando para a tabela de pre�os do tradicional ponto de venda no Mercado Central de BH, na qual consta que o contra-fil� bovino sai a R$ 17,90 e o lombo sem osso a R$ 9,90.

A diferen�a entre os dois tipos de carne favorece a fam�lia da representante comercial Marcilene Andrade, de 36 anos, f� de pratos preparados com a carne su�na. “Em casa, fazemos muito lombo assado”, diz Marcilene, que ontem levou ao Mercado Central dois colegas de S�o Paulo – o assessor comercial Thiago Chessa, de 29, e a enfermeira Robessi Andr�ia Rodrigues, de 30 – para apreciar uma por��o de torresmo de barriga acompanhada de uma cerveja gelada. “N�o deixar�amos de provar um dos pratos t�picos de Minas”, afirmou o rapaz.

“O paulistano adora carne de porco”, acrescentou a amiga, que se encantou com o cart�o-postal da capital, onde os bares e restaurantes servem um card�pio variado cujo carro chefe � a carne de porco. Os pratos com su�nos tamb�m t�m boa sa�da na tradicional churrascaria Porc�o, no Bairro S�o Bento, Regi�o Centro-Sul da capital. L�, por�m, o pernil e a costelinha s�o os preferidos dos clientes. “Em m�dia, servimos 80 quilos destes cortes por semana”, calcula Sidnei Ferreira da Silva, chefe de carne do restaurante.

Gripe su�na

A estat�stica tamb�m mostra que a equivocada associa��o da carne porco � gripe H1N1, h� quase dois anos, n�o afetou o setor no estado. Apesar de ser o maior consumidor per capita do alimento, Minas � o quarto maior produtor da carne, segundo dados da Associa��o Brasileira da Ind�stria Produtora e Exportadora de Carne Su�na.

Para saber mais

Nutricionistas alertam que tanto a carne de porco quanto a bovina t�m pontos positivos e negativos. Uma das cr�ticas dos especialistas recai sobre as chamadas partes gordas de ambos os alimentos. Por outro lado, as partes magras dos dois animais cont�m ferro, nutriente que previne a anemia. “Na de boi, h� 2 miligramas para cada 100 gramas de alimento cru. Na de porco, 0,5 miligramas”, diz a professora Carla de Oliveira Barbosa Rosa, coordenadora do curso de Nutri��o do Centro Universit�rio Newton Paiva. Por�m, destaca a especialista, que o percentual de nutriente encontrado na carne de porco pode ser fomentado com o consumo de outros alimentos, como laranja, abacaxi e goiaba. “A carne de boi � a melhor fonte de ferro para alimenta��o, mas variedade � importante. Se a pessoa comer apenas um tipo de carne, vai garantir somente aquele tipo de nutriente naquele alimento”. Na vis�o dela, portanto, ambas carnes s�o importantes. Por�m, segundo a especialista, que tamb�m � consumidora, a fam�lia deve levar em conta a disparidade de pre�o no momento da compra. “D� para usar a carne de porco em substitui��o � de boi. O teor de prote�na e o valor cal�rico s�o praticamente os mesmos em ambas as carnes sem gorduras.”


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