Cerca de 60% dos brinquedos comercializados no Brasil, no ano passado, foram importados da China. Por conta disso, o setor, que promove a partir de nesta quarta-feira a 28ª Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin), na capital paulista, est� tentando uma aproxima��o com o governo para pleitear medidas que tragam de volta � ind�stria nacional a competitividade existente em outros per�odos.
O presidente da Associa��o Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Syn�sio Batista da Costa, inclusive, est� na comitiva da presidenta da Rep�blica, Dilma Rousseff, em viagem � China.
Segundo Carlos Tilkian, diretor da Abrinq, o setor est� apostando nessa recupera��o e est� otimista com a disposi��o da presidenta em ajudar esse ramo da ind�stria. “O setor produtivo tem capacidade grande de recupera��o. N�s sentimos que h� uma determina��o da presidenta e dos ministros da �rea econ�mica em procurarem dar essa competitividade porque, hoje, a perda dessa participa��o de mercado se d� por aspectos macroecon�micos e n�o por falta de produtividade e criatividade”.
Tilkian afirmou que o c�mbio, os impostos e o custo financeiro t�m tirado gradativamente a competitividade brasileira. “Hoje, estamos inaugurando nossa feira e � nela que a ind�stria nacional mostra mais de 1.500 lan�amentos que t�m tecnologia, criatividade e design e que mostram que, do ponto de vista industrial, n�s somos altamente competitivos”. Entre as reivindica��es do setor, est� o fim de incentivos fiscais oferecidos por alguns estados para quem utilizar seus portos como entrada dos produtos.
A Abrinq pede ainda que o governo, por meio do Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza��o e Qualidade Industrial (Inmetro), seja rigoroso com rela��o � qualidade dos produtos importados da mesma forma que age com rela��o aos produtos fabricados no Brasil. “Queremos que esses produtos sejam testados no Brasil. N�o podemos esquecer que estamos lidando com crian�as. O brinquedo vai � boca, se ele cair, quebrar e deixar pontas, a crian�a pode se machucar. Ent�o, o pre�o n�o pode ser o fator determinante da compra. Tem que ter cuidado com a qualidade do produto”, disse Tilkian.
Ele destacou que a ind�stria nacional n�o tem, em sua hist�ria, registros de brinquedos que tenham precisado passar por recall ou serem retirados do mercado. “Por outro lado, n�s temos acompanhado, nos �ltimos anos, sistematicamente, produtos importados da China sendo obrigados a sair do mercado por falta de qualidade”.
A Feira Brasileira de Brinquedos re�ne 200 fabricantes e a expectativa do setor � a de receber 25 mil profissionais. A previs�o � movimentar 30% do faturamento anual dessa ind�stria, o que representa R$ 1bilh�o. A feira re�ne cerca de 1,5 mil novos brinquedos que devem abastecer as lojas do pa�s durante o per�odo do Dia das Crian�as e o Natal.
De acordo com dados da Abrinq, em 2010, a ind�stria de brinquedos movimentou R$ 3,1 bilh�es, 15% a mais do que em 2009. A previs�o para este ano � a de que o faturamento seja maior do que R$ 3,5 bilh�es. O setor emprega diretamente 30 mil pessoas. Do total de brinquedos distribu�dos no mercado brasileiro, 45% s�o fabricados pela ind�stria nacional e a ideia � aumentar sua participa��o para 70% at� 2016.