
Durante o encontro, os pa�ses buscaram consenso em alguns temas de interesse comum e defenderam uma reforma no sistema monet�rio internacional "com reservas internacionais de ampla base", uma alus�o �s propostas de diversificar a actual depend�ncia do d�lar como moeda de refer�ncia.
O documento faz men��o ao apoio dos pa�ses � atual discuss�o sobre a composi��o da cesta de moedas do FMI. N�o houve, no entanto, men��o � proposta especifica de incluir o yuan nesse sistema de reservas do fundo - o Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em ingl�s). O apoio � reforma do sistema monet�rio � dado no mesmo par�grafo em que os pa�ses dizem reconhecer que a crise internacional exp�s as defici�ncias do sistema atual.
Os pa�ses se comprometem a fortalecer a parceria dos Brics pelo desenvolvimento de forma pragm�tica e reitera que essa coopera��o � "inclusiva e n�o de confronto".
O comunicado dos cinco pa�ses pediu aten��o tamb�m para os riscos do grande fluxo de capitais para as economias emergentes. Esse fluxos, em pa�ses como o Brasil, com c�mbio livre, geram valoriza��o da moeda local e consequ�ncias variadas, como a perda de competitividade de exporta��es.
Cr�dito em moeda local
Entre os planos de a��o, previstos pelo comunicado conjunto, est� uma maior coopera��o entre os bancos de desenvolvimento de cada pa�s para fomentar investimentos. Dessa coopera��o, j� surgiu uma proposta, acatada pelos cinco pa�ses, de desenvolver um mecanismo de concess�o de cr�dito cruzado em moeda local.
Ap�s a declara��o dos l�deres, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que esse mecanismo de financiamento em moeda local teria como objetivo principal estimular e facilitar investimentos entre os pa�ses do grupo.
Os pa�ses delinearam tamb�m bases para uma coopera��o maior na ONU destacando que, neste ano, todos os cinco membros do grupo fazem parte do Conselho de Seguran�a. No entanto, apenas R�ssia e China s�o membros permanentes com poder de veto.
"Estamos todos os Brics no Conselho de Seguran�a das Na��es Unidas, com o poder de desenvolver um trabalho conjunto e entendimento de que o uso da for�a n�o pode ser precipitado e a diplomacia e negocia��o devem ser privilegiadas", disse Rousseff ao lado do presidente Jacob Zuma, da �frica do Sul, do presidente Hu Jintao, da China, Dimitri Medvedev, presidente da R�ssia, e Manmohan Singh, premi� da �ndia.
Sobre a L�bia, tema sobre o qual todos os membros dos Brics se abstiveram, exceto da �frica do Sul, que votou a favor da resolu��o da ONU, os l�deres demonstraram preocupa��o com as mortes de civis, resultantes dos bombardeios autorizados pela ONU, e reiteraram a import�ncia da busca por solu��es diplom�ticas.
Reformas
O comunicado conjunto reiterou o apoio dos pa�ses do grupo a uma reforma nos organismos multilaterais, como a ONU, o Banco Mundial e o FMI, que aumente a participa��o dos pa�ses emergentes e em desenvolvimento. O presidente russo falou da import�ncia de se garantir a seguran�a alimentar e disse que o grupo tem vis�es compartilhadas sobre a necessidade de redu��o da volatilidade no pre�o das commodities.
Ainda n�o est� claro se o Brasil assumiu algum compromisso concreto a esse respeito, j� que � contra a imposi��o desse tipo de controle. O tema ser� discutido no encontro do G-20 na Fran�a na semana que vem. A pol�mica quest�o do yuan artificialmente desvalorizado, e o impacto disso em economias como a brasileira, n�o foram discutidos pelo grupo, mais interessado na busca de temas consensuais.
"N�s compartilhamos da vis�o de que o mundo esta passando por mudan�as de longo alcance, complexas e profundas, marcadas pelo fortalecimento da multipolaridade, globaliza��o e crescente interdep�ndencia", diz o comunicado. Os l�deres se dizem profundamente preocupados com os acontecimentos no Oriente M�dio, no Norte da �frica e na �frica Ocidental, e afirmam esperar que os pa�ses afetados alcancem a paz.
"N�s compartilhamos do princ�pio de que o uso da for�a deva ser evitado. N�s mantemos que a independ�ncia, soberania, unidade e integridade territorial de cada na��o deva ser respeitada", disse o comunicado.
A sigla Bric foi cunhada pelo economista Jim O'Neill, do banco de investimentos Goldman Sachs, em 2001. Nesta c�pula, o bloco ganhou um ''S'' de ''South Africa'' (�frica do Sul) e, apesar de na ocasi�o ainda n�o ser um grupo institucionalizado, prometeu intensificar a coopera��o nas mais diversas �reas.