O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse nesta sexta-feira que a companhia trabalha com um prazo m�dio entre a �ltima semana de maio e in�cio de junho para que comecem a ser verificados movimentos migrat�rios de retorno do consumidor da gasolina para o etanol.
"Vai depender muito de como o pre�o vai se comportar neste in�cio de safra (da cana-de-a��car), qual vai ser a oferta que vai chegar ao mercado e se o consumidor vai se sentir seguro e disposto para voltar a consumir o etanol", avaliou. Segundo ele, caso isso n�o ocorra na medida esperada, a "Petrobras est� pronta para importar gasolina novamente". "E isso n�o � nenhum problema, porque as quantias s�o pequenas", minimizou o diretor. A estatal importou uma carga total de 1,5 milh�o de barris de gasolina em abril e j� encomendou mais um milh�o de barris para maio, volume equivalente a cerca de cinco dias do consumo nacional.
A necessidade de importa��o se deve � incapacidade das refinarias nacionais de aumentarem seu ritmo de processamento, j� muito pr�ximo do limite. O diretor descartou que haja hoje qualquer ponto de desabastecimento no Pa�s. "Todas as cotas que est�o sendo solicitadas est�o sendo atendidas", afirmou.
Segundo o diretor do CBIE, Adriano Pires, a companhia j� teria deixado de receber entre janeiro e abril deste ano cerca de R$ 1 5 bilh�o por n�o ter repassado a alta internacional do barril de petr�leo para o pre�o da gasolina e do diesel no mercado interno.
A indisponibilidade de gasolina para atender ao crescimento do consumo no mercado interno - motivado principalmente pela migra��o dos consumidores de etanol - tamb�m foi um dos obst�culos que impediu o governo de repetir estrat�gia j� adotada anteriormente para conter a alta nos pre�os do etanol. Em anos anteriores, o governo federal autorizava uma redu��o da mistura de anidro na gasolina, dentro da margem dos 20% a 25%, durante a entressafra. Ao inibir o consumo de anidro, sempre possibilitou aumentar a disponibilidade de etanol hidratado, impedindo tanto altas maiores, quanto a migra��o em massa do consumidor de um para outro combust�vel.
Ao autorizar em Medida Provis�ria editada ontem uma altera��o na margem do porcentual de mistura - para um m�nimo de 18% ante os 20% anterior - o governo sinalizou para os produtores de etanol a urg�ncia na queda dos pre�os. "N�o acreditamos que a redu��o da mistura venha a ocorrer agora. Isso deixaria a Petrobras numa situa��o delicada e n�o faria sentido num in�cio de safra", comentou o presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combust�veis (Sindicom).