Empresas mineiras come�am a exportar p�o de queijo para a China

Os principais fabricantes do p�o de queijo mineiro mergulham no mercado de consumo da China, empenhados em fechar ainda neste ano os primeiros contratos de exporta��o ao gigante asi�tico. O caf� � outra promessa de receita adicional no primeiro parceiro de com�rcio exterior do estado, mas que tem concentrado suas compras em min�rio de ferro. O empurr�o na busca de clientes chineses para o p�o de queijo, um desafio aos h�bitos culturais da segunda maior economia do mundo, foi dado na recente visita da presidente Dilma Rousseff ao pa�s. Antes de a iguaria ser servida em banquete oferecido pelo Itamaraty a convidados em Pequim, conforme o Estado de Minas noticiou em primeira m�o, estavam apenas engatinhando as iniciativas de empresas como a Forno de Minas, Pif Paf e Clap, dona da marca Maricota.

A Forno de Minas Alimentos j� prepara o envio, a partir desta semana, de amostras do p�o de queijo produzido na f�brica de Contagem, na Grande Belo Horizonte, para degusta��es nos hot�is das redes Shangri-La e St. Regis, na China. O produto ser� testado, ainda, numa grande rede de distribui��o para supermercados com sede em Hong Kong e s� aguarda os detalhes finais da negocia��o com uma ind�stria de alimentos para desembarcar na Coreia do Sul, revelou o presidente da empresa mineira, H�lder Couto Mendon�a. “Apostamos firmemente na possibilidade de o nosso p�o de queijo chegar � �sia e � China este ano. Como passo inicial, estamos trabalhando no food service, o canal adequado para o produto se tornar conhecido”, diz, animado, o empres�rio.

A meta da Forno de Minas, que j� exporta 7% da produ��o mensal de 800 toneladas de p�o de queijo para a Am�rica do Norte e Europa, � elevar essa fatia total das exporta��es a 20% dentro de cinco anos. Os servi�os de comida pronta para o consumo na China s�o essenciais nessa aposta das ind�strias de p�o de queijo, uma vez que os chineses n�o t�m o h�bito de preparar alimentos assados em casa. A Pif Paf Alimentos encaminhou amostras para Hong Kong e acertou degusta��es da iguaria, este ano, em Macau, informa o gerente de exporta��o da ind�stria, Gustavo Untar.
Desde 2009, a Pif Paf exporta pequenas quantidades de lingui�a mineira a uma rede de supermercados de Macau que comercializa o produto entre portugueses e brasileiros. O teste, agora, ser� feito com o p�o de queijo. Em outros pontos de varejo de alimentos na China, a empresa conta com a parceria de um importador e distribuidor que a atende no Jap�o. “Para que a gente desenvolva um h�bito novo de consumo, � preciso investir muito em degusta��o e marketing. Potencial de vendas para o p�o de queijo existe e grande; o c�mbio no Brasil � que n�o nos ajuda”, afirma Untar.

Uma receita que agrada

A Pif Paf vai enviar, este m�s, ao mercado japon�s o segundo cont�iner de 5 toneladas de p�o de queijo. O primeiro foi despachado no fim do ano passado. Por enquanto, a empresa exporta cerca de 5% da sua produ��o. Com experi�ncia de 10 anos em iniciativas de exporta��o de p�o de queijo, o diretor de Neg�cios Internacionais da Clap Alimentos, dona da marca Maricota, J�lio C�zar Dutra Ribeiro, diz que a iguaria tem tudo para se transformar num produto com a cara do Brasil. “Jamais encontrei clientes que n�o gostassem da receita, feita com ingredientes naturais e sem gl�ten”, afirma o executivo.

A Clap est� trabalhando na �sia para identificar parceiros interessados nas vendas do p�o de queijo produzido na f�brica de Luz, no Centro-Oeste de Minas. A empresa vai participar da 11ª edi��o da feira de alimentos Sial, na China, de 18 a 20 deste m�s, evento que reunir� 1.500 expositores de 80 pa�ses e cerca de 35 mil visitantes. Cerca de 90% dos embarques que a ind�stria faz para os Estados Unidos, Espanha e Angola s�o da iguaria mineira. C�zar Dutra informa que o objetivo, at� o fim do ano, � exportar 10% das 700 toneladas produzidas por m�s.

� relevante o fato de ter sido observado interesse pelo p�o de queijo e o caf� mineiros na China, produtos sobre os quais n�o havia nenhuma avalia��o de perspectivas de vendas no pa�s, para Jorge Duarte de Oliveira, diretor da Central Exporta Minas, �rg�o vinculado � Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico, que atua em parceria com entidades da iniciativa privada. “� um mercado de grande potencial, inclusive para produtos que n�o s�o as commodities (comuns na pauta mineira de exporta��es). At� mesmo entre elas, a diversifica��o (para o caf�) pode ser um neg�cio interessante”, afirma.