O crescimento da renda, que somente entre 2007 e 2010 foi de 20,5%, em m�dia, por integrante da fam�lia, contribuiu para a redu��o da participa��o feminina no mercado de trabalho. “O poder aquisitivo dos maridos aumentou, assim como o acesso ao cr�dito. Foi o que incentivou tamb�m o fortalecimento desta que � uma quest�o cultural mineira e levou a esse recuo da mulher para o seio familiar”, analisa a coordenadora de Desenvolvimento Humano da IBS Business School, parceira da Funda��o Getulio Vargas (FGV), Jacqueline Rezende. Prova disso � que entre as sete regi�es metropolitanas pesquisadas entre 2009 e 2010, o movimento de sa�da da mulher da for�a de trabalho foi registrado somente na Grande Belo Horizonte.
A gestora de Recursos Humanos Poliana Cangusso � mais um exemplo deste movimento. No fim de 2009, com sete meses de gesta��o, ela pediu demiss�o para se dedicar exclusivamente � maternidade. “Acho que o primeiro ano � muito importante para o beb�”, afirma. Ela tamb�m contou com o apoio do marido, Wanderson Damasceno, que havia conseguido uma promo��o como primeiro sargento, ampliando a renda da fam�lia. “Quando isso ocorreu, pensei que era hora de ter o �caro”, conta. “Pensando no financeiro, ficaria mais caro se eu trabalhasse, pois bab� pesa cada vez mais no or�amento e, quanto menor a crian�a, mais elas cobram”, observa.
Mas a decis�o n�o � permanente, uma vez que Poliana pensa em voltar ao mercado de trabalho no meio do ano. “N�o sei como ser� meu retorno e como vou ser aceita depois do tempo parada. Mas minha ideia sempre foi ficar cerca de um ano por conta do �caro”, afirma. M�rio Rodarte, da UFMG, reconhece que a din�mica atual do mercado de trabalho possa ser provis�ria e que um novo movimento de crescimento da participa��o das mulheres possa ocorrer no futuro. “� algo dif�cil de prever. Temos que esperar”, avalia. (PT)