A grande oferta de arroz, de 13,902 milh�es de toneladas (19,2% a mais que a produ��o de 11,660 milh�es de toneladas da safra passada), � forte motivo de preocupa��es para o governo. O excesso de oferta do produto no mercado tem derrubado os valores de negocia��o para abaixo do pre�o m�nimo. Nesta mais recente estimativa de safra, anunciada hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produ��o de arroz subiu ainda mais (era de 13,461 milh�es de toneladas na estimativa anterior), principalmente por conta de ajustes de produtividade relativos ao Piau� e Maranh�o.
"O arroz � o �nico produto com o qual temos problema de pre�o", admitiu o secret�rio de Pol�tica Agr�cola do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), Edilson Guimar�es. Os pre�os baixos na rizicultura est�o exigindo aten��o especial do governo. "J� colocamos 1 milh�o de toneladas de oferta de PEP (Pr�mio de Escoamento de Produto)", disse o secret�rio. Desse total, 704 mil toneladas j� foram negociadas, resultando em opera��es de R$ 72 milh�es. Outra estrat�gia foi operar com Aquisi��es do Governo Federal (AGF) em at� 300 mil toneladas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O governo tamb�m est� prestes a lan�ar duas novas portarias para autorizar contratos de op��o p�blicos e privados para ajudar a sustentar os pre�os do produto.
O diretor de Pol�tica Agr�cola e Informa��o da Conab, S�lvio Porto, disse que no mercado ga�cho j� foram faturadas ou est�o em faturamento opera��es que somam 95 mil toneladas de arroz. Outras 130 mil toneladas est�o em fase de entrega de documenta��o ou com dificuldades em rela��o a armaz�ns. Segundo Porto, alguns armaz�ns n�o est�o conseguindo se credenciar junto ao governo no Rio Grande do Sul, por n�o ofertarem as garantias m�nimas. "Temos crit�rios e regras que precisam ser observados", destacou.
Guimar�es destacou peculiaridades do mercado de arroz que dificultam uma melhor regula��o entre oferta, demanda e pre�os. "O arroz � o terceiro produto que mais se produz no mundo, mas pouco se comercializa. Nem 10% da produ��o. Os pa�ses que produzem s�o os mesmos que consomem. Na pr�tica, n�o � uma commodity", disse. Segundo ele, o Brasil est� sofrendo os efeitos da superoferta da produ��o interna, somada �s colheitas da Argentina, Paraguai e Uruguai.
Guimar�es disse que o setor nacional enfrenta um "problema econ�mico, um problema estrutural" e que ser� necess�rio "acomodar a produ��o", mas evitou comentar como seria realizado esse ajuste. S�lvio Porto, da Conab, foi um pouco mais al�m, e destacou a forte oferta de arroz concentrada no Rio Grande do Sul. "O Estado produzir� quase 9 milh�es de toneladas, mas n�o consome mais que 1,5 milh�o de toneladas", afirmou. A produ��o ga�cha de arroz � estimada em 8,832 milh�es de toneladas para a atual safra, ante 7,320 milh�es de toneladas no ano passado.
Uma das estrat�gias, no m�dio prazo, � desconcentrar a produ��o. "Por isso temos crescido o pre�o m�nimo no Centro-Oeste, para recuperar minimamente a produ��o nessa regi�o", disse Porto. O t�cnico da Conab destacou tamb�m quest�es como entraves para o transporte, que prejudicam a rizicultura nacional. "Temos produto do Uruguai chegando ao Nordeste e nosso produto indo para a �frica", concluiu.