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Estado de Minas

Bancos p�blicos puxam alta dos juros ao consumidor

Banco do Brasil e Caixa Econ�mica Federal encarecem cr�dito ao consumidor e refor�am arrocho do governo para conter compras e brecar a infla��o. Taxa no varejo volta a subir


postado em 11/05/2011 06:00 / atualizado em 11/05/2011 06:19


Bras�lia – Os bancos p�blicos est�o liderando a alta dos juros com o objetivo de dar mais poder para a pol�tica de combate � infla��o. Caixa Econ�mica e Banco do Brasil, os dois principais agentes financeiros do governo, pisaram fundo no acelerador na hora de encarecer o cr�dito, principalmente nas linhas de curto prazo, e o brasileiro endividado acabou pagando a conta da luta contra a infla��o. No cheque especial, por exemplo, o BB promoveu uma eleva��o de 0,45 ponto percentual entre dezembro e abril e levou a taxa para 104% ao ano. A Caixa tamb�m acompanhou o ritmo de subida em 0,38 ponto percentual. As maiores altas, por�m, foram nos banco p�blicos regionais. Apenas no in�cio deste ano o Banco do Nordeste encareceu o limite especial em 1,41 ponto percentual, e o da Amaz�nia, em 0,94.

Funcionando como um bra�o do governo usado para fazer a economia girar, os bancos estatais, no per�odo mais agudo da crise financeira iniciada em 2008, abriram a porteira do cr�dito e financiaram a recupera��o do pa�s por meio do consumo de milh�es de brasileiros. Vencida a turbul�ncia, o acesso f�cil a recursos financeiros passou de her�i a vil�o e tornou-se uma mola para a infla��o, assim, o BC teve de cerce�-lo. Com medidas batizadas de macroprudenciais (alternativas a um aperto na taxa b�sica de juros), ainda no fim do ano passado o governo reduziu o n�mero de parcelas nos financiamentos, elevou o custo dos empr�stimos e deu uma arrefecida no consumo. Na ata da reuni�o do �ltimo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) – que subiu a taxa b�sica de juros (Selic) para 12% ao ano —, a autoridade monet�ria tamb�m mandou um recado claro: pediu que o governo parasse com o cr�dito subsidiado.

Competi��o
Na aquisi��o de ve�culos, a Caixa est� puxando o encarecimento do cr�dito. Nos �ltimos seis meses elevou as taxas em 0,54 ponto percentual e entrou num embate com os bancos das montadoras, que est�o tentando fazer frente �s ferramentas do governo para diminuir o consumo. As institui��es financeiras automobil�sticas est�o dividindo a entrada de financiamentos e ofertando taxas bem abaixo da m�dia do mercado. Enquanto o sistema financeiro cobra 2,5% ao m�s, as montadoras est�o com juros de 1,7%.

Miguel Oliveira, economista-chefe da Associa��o Nacional de Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), afirma que ap�s o inicio da pol�tica de cr�dito mais restritiva, n�o fosse a intensa concorr�ncia que hoje existe no setor financeiro, os juros teriam disparado a perder de vista. “Apenas por isso elas n�o subiram mais”, avaliou. Pelos c�lculos dele, o custo do cr�dito s� vai recuar para um n�vel mais barato no �ltimo trimestre do ano. Segundo uma pesquisa de taxas de juros coordenada pelo economista, de cinco modalidades de cr�dito observadas, tr�s apresentaram alta em abril: cheque especial, credi�rio e empr�stimo pessoal em bancos. O cheque especial, no ranking das op��es mais caras, s� perde para o rotativo do cart�o de cr�dito. Enquanto o pl�stico cobra 238,30% ao ano, o limite especial tem uma taxa de 150,98%.

Inadimpl�ncia

Com o cr�dito ficando cada vez mais caro, o brasileiro j� endividado passou a necessitar de linhas de curto prazo para n�o ficar inadimplente mas, aos poucos, est� perdendo o controle do or�amento. O volume de calotes, assim como esperava o BC como iniciou a pol�tica de aperto monet�rio, est� em ritmo de crescimento. Apenas entre janeiro e mar�o a inadimpl�ncia dos consumidores passou de 5,7% de todo o cr�dito concedido no pa�s para 5,9% e a tend�ncia � de que essa trajet�ria se mantenha firme nos pr�ximos meses. No cheque especial, a d�vida dos brasileiros chegou a R$ 19,2 bilh�es em mar�o. Desse total, R$ 2,3 bilh�es ou 11,9% est�o em atraso.

Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associa��o Nacional das Institui��es de Cr�dito, Financiamento e Investimento (Acrefi), a inadimpl�ncia se tornou preocupa��o. “A demanda por financiamentos de curto prazo, como do cheque especial, est� crescendo por causa da inadimpl�ncia. A pessoa perde a capacidade de quitar suas contas devido ao excesso de juros e necessita dessas linhas mais caras, de curto prazo”, analisou Tingas. “O governo queria que o cr�dito encarecesse e foi isso que ocorreu.”


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