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Estado de Minas

Trigo pode ser tornar o pr�ximo vil�o inflacion�rio

Com trigo em alta, moinhos amea�am reajustar de 10% a 12% os pre�os da farinha, que subiu 5,16% este ano.


postado em 17/05/2011 06:00 / atualizado em 17/05/2011 06:18

 

Preço do pão de sal já aumentou 1,39% em Belo Horizonte até abril e novas altas devem ocorrer com elevação na principal matéria-prima (foto: Alexandre Gusanche/EM/D.A Press-18/8/10)
Pre�o do p�o de sal j� aumentou 1,39% em Belo Horizonte at� abril e novas altas devem ocorrer com eleva��o na principal mat�ria-prima (foto: Alexandre Gusanche/EM/D.A Press-18/8/10)

 

A alta depend�ncia do Brasil do trigo importado, combinada aos estoques reguladores baixos do produto no pa�s e aos pre�os mais altos da commodity na compara��o com o ano passado, lan�am nova fonte de press�o sobre os pre�os dos derivados da mat�ria-prima na mesa do consumidor. Depois do sinal vermelho aceso pela alta da farinha de trigo superior � infla��o de janeiro a abril em Belo Horizonte, a ind�stria de moagem do trigo avisa que o repasse � insuficiente. Na queda de bra�o com as ind�strias de massas e de panifica��o, os moinhos alegam que n�o sustentam mais adiar repasses de 10% a 12% de aumento dos custos que estaria represado, de acordo com as empresas do setor.

Ingrediente b�sico na fabrica��o de p�es, bolos, biscoitos e macarr�o, o trigo produzido no Brasil s� cobre metade das necessidades de consumo interno e, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira ser� 9,6% menor em 2011, alcan�ando 5,3 milh�es de toneladas. O consumidor j� sentiu no bolso um reajuste m�dio de 5,16% da farinha de trigo nos primeiros quatro meses deste ano em Belo Horizonte, conforme pesquisa da Funda��o Ipead/UFMG. No mesmo per�odo, a infla��o acumulou 4,47%. Os gastos 5,57% maiores com o p�o de forma tamb�m superaram a infla��o, retratada no �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). As massas e o p�o de sal sofreram corre��es no varejo, mas ainda bem abaixo da varia��o geral do custo de vida, de 0,86% e de 1,39%, respectivamente.

Os moinhos, agora, prometem elevar a temperatura das negocia��es com a ind�stria nas pr�ximas semanas. “Ser� inevit�vel. S� teremos trigo brasileiro em setembro e a tend�ncia da mat�ria-prima de qualidade � de alta no mercado internacional”, afirma Christian Saigh, diretor do Moinho Santa Clara e vice-presidente do Sindicato da Ind�stria do Trigo de S�o Paulo. O gr�o est� na entressafra brasileira. Em Minas, toda a produ��o, de 90 mil toneladas, da safra passada, j� foi comercializada, conforme informa��es da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecu�ria. A ind�stria de moagem repassou entre 3% e 5% do aumento de custos observado neste ano, de acordo com Christian Saigh.

A concorr�ncia � que est� segurando os repasses de pre�os sobretudo nos moinhos que conseguiram fazer estoques maiores, conforme Lincoln Gona�alves Fernandes, presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg) e s�cio do grupo Carfepe, propreit�rio do Moinho Sete Irm�os. “Este ano, a subida dos pre�os tem se mostrado mais intensa e n�o podemos nos esquecer de que o Brasil decidiu reduzir a sua pol�tica de estoques reguladores de gr�os para diminuir custos, Isso traz efeitos sobre o mercado”, afirma.

Queda de bra�o

A briga n�o ser� f�cil com a ind�stria de massas e de p�es. O presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Massas (Abima), Domingos Costa, propriet�rio da Massas Vilma e do Moinho Vilma, de Contagem, na Grande BH, diz que ainda h� estoques para evitar grandes oscila��es nos pre�os do trigo. “Portanto, n�o acreditamos em altera��es que possam ser representativas para o consumidor”, diz o industrial. Os panificadores tamb�m v�o resistir �s press�es, na avalia��o de Jos� Batista de Oliveira, vice-presidente da Associa��o Mineira da Ind�stria de Panifica��o (Amip�o) e da Associa��o Brasileira do setor (Abip).

“H�, de fato, um movimento inflacion�rio que muito desagrada a ind�stria da panifica��o e � injustific�vel, num cen�rio de taxa cambial extremamente favor�vel �s importa��es”, rebate Batista de Oliveira. O industrial diz que o setor j� absorveu ajustes nas compras de farinha de trigo neste ano e est� pagando mais pela m�o de obra, que se tornou escassa. “As empresas n�o t�m mais condi��es de absorver novas press�es de custos”, afirma.

O consumidor tem o papel de rejeitar os aumentos, alerta Wanderley Ramalho, diretor-adjunto da Funda��o Ipead. O p�ozinho de sal come�a mal este ano, tendo em vista que o produto foi reajustado em 12,95% no ano passado, mais que o dobro da infla��o de 5,68% tamb�m medida pela Funda��o Ipead. Analistas do setor de trigo verificaram aumento ao redor de 10% das cota��es do gr�o de boa qualidade. Em Minas, o trigo p�o (o de melhor qualidade) foi vendido na faixa de R$ 540 por tonelada neste ano, frente ao patamar de R$ 490 a R$ 500 em 2010, informa Lindomar Lopes, coordenador do Comtrigo, programa mineiro de incentivo aos produtores.


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