Um artigo do colunista Paul Hannon, publicado nesta ter�a-feira no di�rio financeiro americano Wall Street Journal, defende que um economista de pa�s emergente deve ser o pr�ximo diretor do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), sucedendo Dominique Strauss-Khan.
O artigo, que como outros na imprensa estrangeira aborda a quest�o da sucess�o no FMI, defende que a Europa deve "afrouxar a influ�ncia" que tem sobre a nomea��o do cabe�a da institui��o.
"Os pa�ses da zona do euro precisam demonstrar que fizeram uma mudan�a fundamental na forma como se comportam, embarcando em um caminho
O tema ganhou espa�o na imprensa estrangeira � medida em que a situa��o de Strauss-Khan, preso nos EUA sob acusa��o de tentativa de estupro, aponta para uma poss�vel sucess�o imprevista na organiza��o multilateral.
Em seis d�cadas de exist�ncia do fundo, todos os presidentes foram europeus, de acordo com um acordo t�cito segundo o qual o continente nomeia o chefe do FMI, enquanto os EUA indicam o pr�ximo presidente do Banco Mundial.
Desta vez, entretanto, os pa�ses emergentes j� deram in�cio � press�o para que o pr�ximo chefe do fundo reflita a nova geografia da riqueza mundial, na qual pa�ses como China, Brasil, �ndia e R�ssia tamb�m s�o protagonistas.
Queda de bra�o
O espanhol El Pa�s tamb�m d� espa�o � discuss�o, em uma reportagem que destaca que "a Europa resiste ceder aos pa�ses emergentes a lideran�a do FMI". O artigo lembra que "o mundo mudou muito desde 1944, especialmente desde a �ltima crise, que castigou os pa�ses ricos, e da qual sa�ram refor�ados emergentes como a China, �ndia e Brasil, que agora querem fazer valer sua pujan�a".
"Strauss-Khan acelerou nos �ltimos tr�s anos uma transforma��o para que os emergentes ganhem peso, mas esse deve ser um processo muito lento: ningu�m est� disposto a perder a cota de poder", escreve o El Pa�s.
O tamb�m espanhol Cinco D�as, especializado em finan�as e economia, lembra que, apesar de concentrar 14% do PIB mundial, a China det�m apenas 6% dos votos do FMI. J� o Brasil det�m 2%, longe dos 5,3% da Alemanha ou 4% da Fran�a.
"As reclama��es dos pa�ses emergentes elevaram o nervosismo no seio da Uni�o Europeia, que se recusa a perder sua supremacia � frente do organismo internacional financeiro mais importante, que participou ativamente dos resgates da Gr�cia, Irlanda e Portugal", nota o Cinco D�as.
Nome caseiro
O profundo envolvimento do FMI na crise da d�vida da eurozona foi a raz�o citada pela chanceler alem�, Angela Merkel, para defender um europeu na cabe�a do fundo.
Nos jornais europeus, fala-se na ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, ou no ex-premi� e ministro das Finan�as da Gr�-Bretanha Gordon Brown – que, entretanto, n�o conta com o apoio do governo conservador brit�nico nesta empreitada. Entretanto, nomes de fora da UE, como economistas de Cingapura, �frica do Sul e Turquia, tamb�m fazem da parte da lista de poss�veis candidatos.
Para Paul Hannon, o articulista do Wall Street Journal, o novo indicado deveria ser um desses. "Quando a �sia experimentou sua crise financeira no fim dos anos 1990, os l�deres europeus n�o sugeriram que algu�m da Indon�sia, Filipinas ou Tail�ndia fosse o melhor nome para o FMI. E quando a Am�rica Latina vivia a sua crise da d�vida soberana nos anos 1980, a Europa se contentou com uma sucess�o de burocratas franceses na dire��o do fundo."
O colunista defende que os EUA se aliem aos pa�ses emergentes para "p�r um fim a essa tradi��o peculiar". "H� muitos bons candidatos (ao FMI) que n�o s�o europeus. Eles seriam menos suscet�veis � press�o pol�tica de Berlim ou Paris, e menos facilmente convencidos a mudar as regras do jogo � moda europeia", escreve.
"Na verdade, o �ltimo lugar de onde o novo chefe do FMI deveria ser � a Europa, precisamente porque a Europa � a parte da economia global que est� no maior desarranjo."