
A Usiminas anunciou, nessa quarta-feira, um plano de reestrutura��o interna que agrupa as atividades da empresa em tr�s �reas de neg�cios – siderurgia, minera��o e desenvolvimento – e integra os departamentos de produ��o e comercializa��o. Conforme diretriz aprovada ter�a-feira pelo Conselho de Administra��o da companhia, as metas agora s�o aumentar a efici�ncia e valorizar os produtos do grupo sider�rgico para levar o valor de mercado da Usiminas a R$ 50 bilh�es at� 2015. A cifra significa mais que dobrar a refer�ncia atual de R$ 22 bilh�es atribu�da � sider�rgica, que tem enfrentado queda das cota��es de suas a��es depois das recentes especula��es sobre o ass�dio de dois concorrentes, a Companhia Sider�rgica Nacional (CSN) e a Gerdau.
O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, admitiu que o foco est� na agrega��o de valor dos produtos da empresa, com melhoria dos resultados. “Queremos que os nossos stakeholders (acionistas, empregados, fornecedores, clientes e colaboradores) saibam aonde queremos chegar”, afirmou o executivo, durante a inaugura��o da nova linha de a�os galvanizados por imers�o a quente da usina de Ipatinga, no Vale do A�o mineiro, destinados a consumo nas ind�strias dos setores automotivo, de eletroeletr�nicos e na constru��o civil.
A reestrutura��o e a montagem de uma estrat�gia de valoriza��o dos ativos da Usiminas chega como resposta � repercuss�o negativa dos resultados da empresa no primeiro trimestre. A sider�rgica amargou queda de 96% do lucro l�quido apurado de janeiro a mar�o, que foi de R$ 16 milh�es, ante R$ 375 milh�es no mesmo per�odo do ano passado. Parte do fraco desempenho foi atribu�do a perdas cont�beis decorrentes da venda de participa��o da Usiminas na sider�rgica latina Ternium. As a��es preferenciais da Usiminas ca�ram 20,1% nos �ltimos cinco meses, quando as cota��es do papel PN desceram de R$ 19,04 por a��o em 30 de dezembro para R$ 15,20 na ter�a-feira.
Na bolsa
Os pap�is da companhia oscilaram ao sabor da amplia��o da participa��o acion�ria da CSN na sider�rgica e dos rumores sobre o eventual interesse da Caixa de Empregados da Usiminas de se desfazer da sua cota de capital na companhia. Wilson Brumer preferiu desvincular a reestrutura��o interna dos efeitos negativos na bolsa de valores. “As especula��es est�o a� e hoje menos intensas porque os acionistas j� se posicionaram”, afirmou. C�margo Corr�a, Votorantim e Nippon Steel renovaram o acordo de acionistas, desmentindo especula��es, e a Caixa de Empregados da Usiminas tamb�m emitiu nota negando a negocia��o de seus pap�is.
A Usiminas reestrutura sua diretoria, com o corte da vice-presid�ncia industrial, comandada por Omar Silva J�nior, que se aposenta nos pr�ximos meses , depois de quase 40 anos de trabalho na companhia. O atual vice-presidente de neg�cios, Sergio Leite de Andrade, assume a �rea de neg�cios da siderurgia e a companhia vai contratar um executivo para a �rea de neg�cios de desenvolvimento e agrega��o de valor. Produ��o e comercializa��o passam a caminhar integradas e com o objetivo comum de aumentar a competitividade da companhia, tendo como foco alcan�ar a autossufici�ncia em energia em 2015. A Usiminas pretende economizar R$ 350 milh�es por ano, adotando medidas de efici�ncia energ�tica no processo de produ��o.
Nova unidade
Dentro do plano para dar valor � companhia, a Usiminas deu novo passo nessa quarta-feira com a inaugura��o da linha de a�os galvanizados por imers�o a quente, um processo que d� alta resist�ncia �s chapas usadas na fabrica��o de autom�veis, eletrodom�sticos e estruturas da constru��o civil. A companhia investiu R$ 914 milh�es numa segunda linha que vai, na pr�tica, dobrar a capacidade de produ��o desses a�os na Unigal, uma joint venture que tem 30% de participa��o da Nippon. Ser� ofertado 1 milh�o de toneladas por ano do produto, classificado pela sider�rgica como “estado da arte em tecnologia”.
Com maior oferta de a�os galvanizados, a Usiminas espera recuperar participa��o nesse mercado, disputado pelas concorrentes CSN e Arcelor Mittal. Segundo S�rgio Leite de Andrade, vice-presidente de neg�cios da Usminas, a inten��o da empresa � abocanhar 30% do mercado de consumo para linha branca e constru��o civil, posi��o que chegou a deter no come�o de 2000 e hoje est� reduzida a 5%.
Na ind�stria automotiva, a Usiminas det�m cerca de metade das vendas de a�os planos em geral no Brasil. ”Passamos a ter oferta de produtos (os a�os galvanizados) e com isso abrimos um mercado a explorar”, afirmou Wilson Brumer. Para dar uma ideia do valor do a�o galvanizado, Sergio Leite lembrou que o pre�o m�dio da tonelada do produto est� cotado a R$ 2.500, frente a um pre�o m�dio de R$ 1.700 da bobina de a�o laminado a quente.
(*) A rep�rter viajou a convite da empresa