A Embrapa Agroind�stria de Alimentos (CTAA), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria, est� iniciando uma pesquisa sobre o aproveitamento econ�mico dos res�duos da ind�stria vin�cola e de sucos.
A coordenadora do projeto, Lourdes Maria Correa Cabral, explicou � Ag�ncia Brasil que um dos fatores que justificam os benef�cios trazidos � sa�de pelo vinho � a presen�a de subst�ncias antioxidantes, que retardam o envelhecimento. Entre elas est�o os compostos fen�licos, com destaque para as antocianinas, que d�o a frutas e legumes a colora��o vermelha, como ocorre no caso da uva. Esses compostos funcionais t�m interesse comercial e industrial.
Lourdes Cabral informou que os processos de fabrica��o de suco de uva e de vinho branco e tinto geram res�duos, que s�o o baga�o e a semente. “E esses res�duos cont�m os compostos fen�licos, al�m de fibras”. No caso da uva, a pesquisadora lembrou que ser� aproveitado o �leo da semente, de interesse da ind�stria de cosm�ticos. Os res�duos da ind�stria vin�cola e de sucos ganhar�o, com a pesquisa, aproveitamento econ�mico e os produtores ter�o mais op��es de renda.
O projeto integra um plano maior da CTAA, que � trabalhar na obten��o de derivados do produto principal, recuperando-os a partir de res�duos da agroind�stria em geral. “A gente tem em estudo a recupera��o de prote�nas importantes do leite, de prote�nas de abatedouros e a recupera��o de mol�culas bioativas de processadoras de frutas, setor que � muito forte no Brasil”.
A Embrapa Agroind�stria de Alimentos est� trabalhando na primeira fase da pesquisa, ap�s o t�rmino da safra de uva, em mar�o. Essa etapa envolve a extra��o dos compostos bioativos ou polifenois. “Depois, a gente vai concentrar, usando a tecnologia de separa��o por membrana”.
A concentra��o do baga�o da uva permitir� aos pesquisadores obter um extrato rico em compostos fen�licos que ser� aplicado depois na produ��o de bebidas probi�ticas, isto �, enriquecidas. Do mesmo modo, o projeto prev� a extra��o do �leo da semente de uva, com o mesmo foco da atividade antioxidante. As pesquisas ser�o desenvolvidas paralelamente.
Lourdes Cabral acredita que at� o primeiro semestre de 2012, o trabalho estar� conclu�do. A tecnologia e o conhecimento desenvolvidos poder�o ser transferidos pela Embrapa Agroind�stria de Alimentos para o setor produtivo.
Para os produtores nacionais de uva, o estudo representa a possibilidade de mais uma fonte de renda. “Hoje, uma parte do res�duo das ind�strias � devolvido para o campo, mas � muito pouco ainda o que se pode aproveitar”. No caso espec�fico da produ��o de uva do Sul do pa�s, a safra dura tr�s meses, gerando um volume grande de res�duos. “Se a gente puder dar um destino a esse res�duo, isto �, agregar valor e diminuir o impacto ambiental, ser� muito positivo”.
Na segunda fase do projeto, a unidade da Embrapa contar� com a parceria de outras institui��es que realizar�o os testes com os extratos e ajudar�o a desenvolver os produtos. Entre elas, est�o a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Embrapa Uva e Vinho. Do lado privado, participam as vin�colas Aurora e Casa Valduga, cedendo material, e a empresa de processamento de suco de uva Tecnovin, todas localizadas no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.