O Banco do Brasil (BB) pretende redirecionar sua carteira de microcr�dito, atualmente predominantemente destinada ao consumo, para o chamado microcr�dito produtivo orientado. A ideia � disponibilizar recursos da ordem de R$ 1,5 bilh�o at� o fim do ano. Este valor corresponde � proje��o dos dep�sitos compuls�rios do BB que poder�o ser direcionados para a modalidade. No Brasil, os bancos podem direcionar 2% dos dep�sitos compuls�rios para o microcr�dito, ao inv�s de deix�-los depositados no Banco Central. A atual carteira de microcr�dito do banco � de R$ 1,1 bilh�o.
O presidente do BB, Aldemir Bendini, assinou hoje um protocolo de inten��es para a transfer�ncia de experi�ncias com o Yunus Center, dirigido por Muhammad Yunus, pr�mio Nobel da Paz de 2006 e fundador do Grameen Bank, o maior banco de microcr�dito do mundo.
"Vamos come�ar a operar, fazer essa transforma��o do microcr�dito de consumo para o microcr�dito produtivo orientado. A gente quer ainda durante o ano j� ter uma atua��o mais abrangente atrav�s desses agentes de cr�dito", disse Bendini. "Nesse primeiro momento, na alavancagem, na largada, deve atingir R$ 1,5 bilh�o durante o ano."
A expectativa � que o modelo esteja disponibilizado a partir de 1º de julho. A taxa de juros cobrada ainda ser� definida. A "grande vantagem", conforme o presidente do BB, � que, pela regra atual, o mecanismo n�o traz qualquer risco de impacto na rentabilidade do banco.
"� um valor muito pequeno diante do tamanho de um Banco do Brasil", observou. "N�o haver� nenhum impacto na lucratividade do banco. Primeiro, vamos trabalhar dentro daqueles recursos que j� s�o direcionados para isso e � mais vantajoso para o banco ofertar o microcr�dito do que deixar esse dinheiro parado l� no compuls�rio do Banco Central, recebendo uma penalidade."
Mulheres
Yunus, que no in�cio do ano deixou o comando do banco que fundou ap�s sofrer press�o pol�tica, disse que acredita que o sistema funcionar� no Brasil como em outros pa�ses, onde o foco est� nas mulheres. "O foco � sempre de emprestar para mulheres, em Bangladesh ou aonde o banco opera", destacou. Segundo ele, em Bangladesh, de um total de 8,3 milh�es de clientes, 97% s�o mulheres, e em Nova York, o projeto � voltado 100% para mulheres.
Bendini observou que o BB inicialmente ir� atuar utilizando sua rede banc�ria, mas desde j� iniciar� um programa de capacita��o e de organiza��o de agentes de cr�dito que possam fazer um trabalho de campo. "N�o � um neg�cio propriamente dito de uma rede banc�ria, de uma ag�ncia de varejo tradicional", disse, salientando que � necess�rio um "sistema de arranjo local" para a orienta��o e o acompanhamento do cr�dito concedido.
Carteira imobili�ria
O presidente do BB reiterou que o banco pretende continuar investindo em cr�dito imobili�rio, de forma complementar � atua��o da Caixa Econ�mica Federal. "O Banco do Brasil quer agir complementarmente naquilo que � poss�vel, at� porque eu acredito pessoalmente que esse � o grande boom do cr�dito no Pa�s ainda por muitos e muitos anos", destacou. "N�o t�nhamos uma carteira em 2009 e hoje temos uma carteira da ordem de R$ 4 bilh�es e com perspectiva de fechar o ano com R$ 7 bilh�es."