O patrim�nio dos trabalhadores que t�m parte do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) em a��es da Petrobras e da Vale encolheu R$ 1,6 bilh�o este ano. Segundo especialistas, a inger�ncia do governo na administra��o das duas empresas nos �ltimos meses afugentou investidores e seria o principal motivo para a desvaloriza��o dos pap�is.
De janeiro at� o �ltimo dia 20, o patrim�nio l�quido dos fundos FGTS aplicado em a��es da Petrobras diminuiu de R$ 5,5 bilh�es para R$ 4,9 bilh�es, uma queda de 10,5%. O da Vale encolheu de quase R$ 6 bilh�es para R$ 5 bilh�es, redu��o de 10,8%. O levantamento foi feito pela Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
“N�o foi a �nica raz�o, mas a interfer�ncia pol�tica � o principal fator para a queda desses pap�is”, afirma Pedro Galdi, analista chefe da corretora SLW. “No caso da Vale, a troca for�ada do presidente da empresa gerou medo de mais inger�ncia do governo. Em rela��o � Petrobras, essa inger�ncia � escancarada.”
O economista Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central e s�cio da G�vea Investimentos, lembra que o mercado passou por uma fase de corre��o de pre�os. “Nesses momentos os mercados geralmente se assustam. E os epis�dios da Vale e da Petrobras n�o foram bons. � s� ver os relat�rios dos analistas, que mostraram receio desse tipo de interven��o”, disse Fraga.
Apesar das perdas, quem aplicou o FGTS em Petrobras e Vale e at� hoje n�o resgatou, fez um �timo neg�cio. De acordo com c�lculos do Instituto FGTS F�cil, de agosto de 2000, quando foram vendidas, at� o �ltimo dia 19, as a��es da Petrobras renderam 519%. No mesmo per�odo, o rendimento do FGTS tradicional, que paga a Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano, foi de 70%. Os pap�is da Vale, negociados em fevereiro de 2002, subiram 970% at� o �ltimo dia 19. No per�odo, o FGTS rendeu 56%.