A ministra das Finan�as da Fran�a, Christine Lagarde, inicia hoje em Bras�lia s�rie de visitas a pa�ses emergentes, dentro de sua campanha para assumir o comando do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). A agenda oficial de reuni�es de Christine em Bras�lia come�a �s 13h com um almo�o com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Posteriormente, �s 16h, ela tem encontro com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. “Decidi ir a todos os pa�ses emergentes. Pedi para visitar o Brasil, a China, a �ndia e alguns pa�ses da �frica”, afirmou Lagarde ontem em Paris. Ela tamb�m pretende visitar algumas na��es do Oriente M�dio.
A candidata da Uni�o Europeia (UE) resolveu iniciar sua jornada pelo Brics, grupo que re�ne Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul. O bloco defende que o cargo de diretor-geral do Fundo n�o seja ocupado apenas por europeus, dentro de um processo de reforma do organismo, ampliando o peso dos pa�ses em desenvolvimento. No entanto, o Brics ainda n�o apresentou candidato pr�prio para a vaga deixada pelo franc�s Dominique Strauss-Kahn, que renunciou no �ltimo dia 19.
O concorrente de Christine at� o momento, o presidente do Banco Central do M�xico, Agust�n Carstens, � tamb�m o �nico representante de um pa�s emergente. O economista mexicano tem visita programada para o Brasil nesta semana. Na quinta-feira, dever� se reunir com Alexandre Tombini na sede do BC em S�o Paulo.
O ex-ministro da Fazenda e diretor da Faculdade de Economia da Funda��o Armando �lvares Penteado (Faap) Rubens Ricupero aposta suas fichas em Christine Lagarde. “Ela tem grandes chances de vencer a candidatura. Acho at� que haveria uma justi�a po�tica nesse sentido, devido aos abusos de poder em rela��o �s mulheres, tanto do diretor do Fundo quanto do antigo presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, que tamb�m caiu por causa disso em 2007”, disse Ricupero ao Correio. “Acho interessante que seja uma mulher. Eu votaria nela de olhos fechados. � importante mandar essa mensagem, al�m do fato de que a ministra francesa � competente. � uma pessoa que causa excelente impress�o”, afirmou.
Apoio do G8
O ministro do Exterior da Fran�a, Alain Juppe, informou ontem que todos os l�deres do G8 — grupo das sete economias mais industrializadas (Estados Unidos, Jap�o, Alemanha, Fran�a, Reino Unido, It�lia e Canad�) mais a R�ssia — mostraram apoio un�nime para que Christine Lagarde comande o FMI. Na semana passada, os l�deres do G8 estiveram reunidos na cidade francesa de Deauville, quando ministra aproveitou para lan�ar oficialmente a sua candidatura ao Fundo. Enquanto isso, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, foi menos enf�tico no apoio e afirmou apenas que os EUA apoiam o processo sucess�rio do FMI para encontrar um sucessor para Strauss-Kahn. Nos �ltimos dias, Christine vem enfrentando acusa��es da oposi��o francesa de ter favorecido, em 2008, o pagamento de US$ 408,2 milh�es ao empres�rio Bernard Tapie, aliado do presidente franc�s, Nicolas Sarkozy.
Strauss-Kahn renunciou ao cargo no �ltimo dia 19, depois de ter sido acusado de tentativa de estupro de uma camareira de um hotel em Nova York, processo que ir� responder em pris�o domiciliar. Diante disso, pela primeira vez na hist�ria, o comando do Fundo est� provisoriamente com um norte-americano, o economista John Lipsky, o atual vice-diretor-geral. Desde a sua cria��o, em 1945, o cargo de diretor-gerente do FMI � ocupado por um europeu. Por outro lado, a tradi��o tamb�m reserva � presid�ncia do Banco Mundial (Bird), organismo criado na mesma �poca do Fundo ap�s a Segunda Guerra Mundial, a um norte-americano.