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Estado de Minas

Juros altos e enxugamento do cr�dito comprometem ind�stria

Medidas do governo levam produ��o do setor a recuar 2,1% em abril, maior queda desde dezembro de 2008. Minas deve pisar forte no freio


postado em 01/06/2011 06:00 / atualizado em 01/06/2011 06:17

A ind�stria brasileira come�a a sentir os efeitos do aumento das taxas de juros e das medidas de enxugamento do cr�dito na economia em maior intensidade do que as empresas esperavam. Caiu 2,1% a produ��o industrial do pa�s em abril, frente a mar�o, e na compara��o com abril do ano passado houve uma retra��o de 1,3%, segundo pesquisa divulgada nessa ter�a-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Dos 27 ramos pesquisados, 13 amargaram queda expressiva. As f�bricas dos chamados bens de consumo dur�veis, que incluem ve�culos e eletrodom�sticos, sofreram com uma perda significativa de 10,1% da produ��o. At� mesmo na an�lise do desempenho de janeiro a abril, que manteve resultado positivo de 1,6%, ficou claro o recuo, ante taxas bem superiores de crescimento dos �ltimos tr�s quadrimestres de 4,1%, 10,7% e 18%, respectivamente. A redu��o em abril foi a maior num m�s desde dezembro de 2008 (-12,2%).

O resultado desfavor�vel de abril anulou boa parte dos ganhos que a ind�stria obteve neste ano, de 3,3% de janeiro a mar�o, numa esp�cie de ajuste ao novo cen�rio com que as empresas passaram a conviver, observou o analista do IBGE em Minas Gerais, Antonio Braz de Oliveira e Silva. “J� se esperava n�meros mais fracos para abril, que agora configuram uma tend�ncia mais natural, em rela��o aos resultados que estavam muito altos, quando comparados aos anos recentes de crise (de 2008 e 2009)”, afirma. Em todo o ano passado, os indicadores da ind�stria mostraram forte expans�o analisados sobre a base fraca de compara��o de 2008 e 2009.

A pesquisa do IBGE foi coerente com a redu��o em maio do �ndice de Confian�a da Ind�stria, medido pela Funda��o Get�lio Vargas, tamb�m divulgado nessa ter�a-feira. O indicador diminuiu de 111,2 pontos para 109,9 pontos no m�s passado, o menor verificado desde novembro de 2009 (109,6 pontos). O universo de empresas que consideram bom o ambiente para os neg�cios recuou de 33,2% para 32,2% e a parcela das que avaliavam como fraca a situa��o dos seus neg�cios aumentou de 9,2% para 10,4%.

Minas

Os dados coletados pelo IBGE tendem a se confirmar, especialmente, nas regi�es mais industrializadas do pa�s, mas o instituto s� deve divulgar as taxas por estado na semana que vem. Minas Gerais deve sofrer o baque em fun��o do peso da produ��o de ve�culos, alimentos, �lcool e de m�quinas e equipamentos, segmentos importantes no desempenho da economia mineira, apesar das taxas positivas da produ��o da ind�stria extrativa, que cresceu 2,5%, e da metalurgia b�sica, com alta de 1,4%, de mar�o para abril, dois ramos de peso na produ��o do estado. Com a retra��o apurada pelo IBGE, a Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg) dever� rever novamente a taxa de crescimento esperada neste ano, informou Lincoln Gon�alves Fernandes, presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da institui��o.

“Estamos, de fato, aterrissando. Com certeza, vamos ter de rever as previs�es de crescimento provavelmente para baixo se n�o for tomada nenhum medida de compensa��o das dificuldades que a ind�stria enfrenta”, afirma Lincoln Gon�alves. A Fiemg j� havia revisado de 6,1% no come�o do ano para 4,8% em maio a expectativa de expans�o da produ��o industrial mineira. Gon�alves observa que o freio imposto � produ��o de bens de consumo deve chegar nos pr�ximos meses � fabrica��o de bens n�o dur�veis, a exemplo de vestu�rio e cal�ados, cosm�ticos e brinquedos.

Press�o dos importados

Analisada na compara��o com o ano passado, a produ��o da ind�stria de roupas e acess�rios em abril j� sente queda, que atingiu 2,2%. O crescimento de 15% da produ��o almejada pela ind�stria mineira, da mesma forma, dever� ser revisado, de acordo com Michel Aburachid, presidente do sindicato das ind�strias de vestu�rio no estado. “Come�amos a verificar um decr�scimo nas vendas, mas n�o tanto como outros setores”, diz o industrial. As empresas do segmento de moda di�ria representam nada menos de 50% do faturamento do setor em Minas.

As expectativas das ind�strias de vestu�rio est�o mais apoiadas na continuidade de expans�o do segmento de uniformes profissionais, ligado � performance das grandes empresas, e que responde por quase 40% da receita da ind�stria do vestu�rio. Ainda com base na pesquisa do IBGE, se destacaram na queda de mar�o para abril as f�bricas de produtos de metal, basicamente estruturas met�licas para constru��es industriais (-9,3%), ve�culos automotores (-2,8%), alimentos (-2,4%), m�quinas, aparelhos e materiais el�tricos (-7,6%) e refino de petr�leo e produ��o de �lcool (-1,4%). Com grande participa��o no parque industrial brasileiro, a produ��o da ind�stria de m�quinas e equipamentos diminuiu 5,4% em abril, depois de quatro meses de crescimento.

An�lise da not�cia

A queda da produ��o industrial em abril indica desacelera��o da economia brasileira, mas essa redu��o na atividade produtiva s� ser� sentida no varejo e se tornar� mais percept�vel para a popula��o nos meses seguintes. Isso porque enquanto a ind�stria pisou no freio em abril, o varejo vendeu mercadorias que foram encomendadas e fabricadas nos primeiros meses do ano, per�odo no qual a ind�stria nacional cresceu. Al�m da rea��o atrasada, o varejo brasileiro hoje � abastecido em mais de 20% por produtos importados. Se confirmada a tend�ncia de retra��o na ind�stria, o emprego e a renda dos trabalhadores devem ser afetados negativamente, com impacto direto sobre o consumo, que por ora n�o d� sinais de desaquecimento e segue apostando em vendas maiores nas datas comemorativas. (Marc�lio de Moraes)


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