
Bras�lia – Sem alarde, uma onda de greves toma conta do pa�s. S�o Paulo, cidade mais populosa do Brasil, sofreu com a paralisa��o de metrovi�rios, ferrovi�rios e rodovi�rios. No Paran�, h� 30 dias, metal�rgicos da Volkswagen est�o de bra�os cruzados, sem previs�o de acordo com a empresa, pelo aumento na participa��o nos lucros. Em Bras�lia, servidores do Judici�rio est�o parados h� 15 dias, e os rodovi�rios decidir�o domingo se suspendem as atividades. Al�m disso, professores da rede p�blica em diversos estados deixaram as salas de aula e os professores universit�rios prometem parar segunda-feira. Em Minas, trabalhadores da Mina Casa de Pedra, da Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), em Congonhas, na Regi�o Central, depois de cinco dias em greve, suspenderam nessa quinta-feira a paralisa��o. Entretanto, dependendo das negocia��es previstas para esta sexta-feira, poder�o voltar ao movimento grevista.
Toda essa movimenta��o � encarada apenas como uma pr�via do que est� por vir no segundo semestre, quando ocorrer�o as negocia��es de algumas das categorias mais fortes do pa�s, como banc�rios, petroleiros, comerci�rios e metal�rgicos. O temor � que o desgaste entre patr�o e empregado ser� t�o forte que poder� prejudicar a imagem do governo federal, cujas bases de apoio nas �ltimas elei��es foram as centrais sindicais. O motivo � que, do lado dos trabalhadores, o contexto de falta de m�o de obra qualificada e do forte crescimento econ�mico registrado em 2010 tornou a situa��o favor�vel para aumentar a press�o. Contudo, empres�rios vivem um momento delicado de restri��o do cr�dito, alta dos juros e diminui��o do consumo, e sob esse pretexto, alegam n�o ter condi��es de atender �s reivindica��es.
"A situa��o deve se tornar ainda pior nos pr�ximos meses. Teremos negocia��es intensas nas �reas de alimenta��o, metalurgia, qu�mica e t�xtil, al�m de petroleiros e banc�rios. Vai ser um semestre quente", prometeu Jo�o Carlos Gon�alves, secret�rio geral da For�a Sindical. Ele argumenta que, apesar da desacelera��o econ�mica, o com�rcio continua aquecido e as condi��es do pa�s melhoraram. “A onda de greve � inevit�vel e necess�ria”, emendou. Na avalia��o de Newton Marques economista do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal e professor da Universidade de Bras�lia (UnB), todas essas paralisa��es t�m impacto na economia, pois causam queda na produ��o mas, por enquanto, a situa��o ainda est� dentro do toler�vel.
“Especialmente categorias de setores que funcionam em regime similar ao oligop�lio, como banc�rios e petroleiros t�m maior poder de barganha para fazer exig�ncias acima da m�dia, porque o impacto que causam ao parar � sentido de maneira imediata por grande parte da popula��o, al�m de causar preju�zos elevad�ssimos. Isso tamb�m pode ser observado nos setores de transporte de massa”, ponderou Marques. O professor da UnB considera ainda que qualquer ganho ser� muito dif�cil de ser obtido, por conta da desacelera��o da economia. “� uma queda de bra�o”, resumiu. S� na f�brica da Volkswagen em S�o Jos� dos Pinhais (PR), at� agora, deixaram de ser produzidos mais de 17 mil ve�culos dos modelos Fox, Croosfox, Gol e Fox Europa. Isso representa um preju�zo estimado para a empresa superior a R$ 680,4 milh�es.
CSN
Nessa quinta-feira, os trabalhadores da Mina Casa de Pedra, da Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), em Congonhas, na Regi�o Central de Minas, suspenderam uma paralisa��o de cinco dias. Ser� levada, nesta sexta-feira, � assembleia da categoria proposta para o reajuste de 8,3% retroativo a maio, considerado um avan�o pelo sindicato Metabase Inconfidentes, que representa a categoria. Eles v�o definir por uma das duas op��es constru�das em tentativa de concilia��o com a sider�rgica na Delegacia Regional do Trabalho de Conselheiro Lafaiete, ou pela volta do movimento grevista.