
Desde a ren�ncia � chefia do FMI do tamb�m franc�s Dominique Strauss-Kahn, preso em Nova York acusado de ass�dio sexual e tentativa de estupro, os principais pa�ses emergentes v�m defendendo que o novo diretor-geral seja um representante das na��es em desenvolvimento. Desde a cria��o do sistema financeiro internacional, em 1945, que a dire��o-geral do FMI fica tradicionalmente a cargo de um europeu, enquanto o Banco Mundial � dirigido por um americano.
Para o Monde, o atual cen�rio mostra que o BRIC, grupo que re�ne os pa�ses emergentes Brasil, R�ssia, �ndia, China e, mais recentemente, �frica do Sul, � incapaz de alterar a velha ordem mundial. “Se existem muitos poderes emergentes, eles n�o t�m nem a unidade pol�tica nem a comunh�o de interesses ou valores necess�rios para formar um bloco”, afirma o editorial. Para o jornal, Lagarde “ser� provavelmente eleita com os votos de v�rios dos BRICs”.
Sem propostas
O editorial cita um artigo do cientista pol�tico franc�s Zaki La�di, segundo quem os pa�ses emergentes s�o “uma for�a para protestos, mas n�o para propostas” e s�o “marcados por velhas rivalidades regionais”. O texto observa que seria dif�cil imaginar o Brasil apoiando o mexicano Agust�n Carstens, �nico candidato forte da Am�rica Latina, por causa do “ego latino-americano”. Da mesma maneira, o jornal diz que � dif�cil imaginar a �ndia apoiando um candidato chin�s.
O editorial tamb�m aponta divis�es pol�ticas entre os pa�ses BRIC, exemplificadas nas cr�ticas da China e da R�ssia �s iniciativas de Brasil e Turquia no ano passado por um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Para o jornal, “enfrentados com alguns dos principais problemas atuais, os mercados emergentes n�o t�m um programa �nico”.
“Eles n�o t�m nada a dizer por si mesmos – da luta contra a prolifera��o nuclear ao combate � pirataria mar�tima, da desestabiliza��o do Oriente M�dio ao aquecimento global, muito do ‘trabalho’ � feito pelo ‘velho mundo’”, afirma o jornal.