Em 2007, os bancos de pequeno e m�dio portes tinham tr�s quartos do mercado de cr�dito consignado. Hoje, essa participa��o � de 50%. No mesmo intervalo, as grandes institui��es de varejo elevaram sua fatia de 25% para 50%. Segundo especialistas, a tend�ncia � de que esse movimento se aprofunde nos pr�ximos meses e anos, o que traz mais um desafio na j� complicada vida dos menores.
Essa mudan�a de perfil do neg�cio � explicada por dois movimentos. De um lado, os grandes bancos acordaram para o segmento. De outro, os pequenos e m�dios v�m enfrentando uma s�rie de dificuldades, que os levaram a botar o p� no freio na concess�o de empr�stimos em geral, o que atingiu tamb�m o consignado.
"O que aconteceu nesse segmento � o �bvio: s� quem tem escala consegue fazer essa opera��o ser rent�vel", afirmou um banqueiro que desistiu do consignado h� cerca de dois anos. Um alto executivo de uma institui��o de varejo confirma: "O modelo de neg�cios que os bancos pequenos imaginaram l� atr�s para o consignado n�o funciona mais".
O analista de institui��es financeiras da Austin Rating, Lu�s Miguel Santacreu, explica a que se refere o executivo. Em primeiro lugar, a margem de lucro dos bancos com o consignado � menor que a de outras opera��es de cr�dito �s pessoas f�sicas. Ou seja, para ganhar dinheiro com o neg�cio, � preciso volume. Em outras palavras, ter escala.
O segundo ponto � que essa margem j� reduzida ficou ainda menor com os obst�culos � capta��o de recursos que os bancos pequenos e m�dios passaram a encontrar depois do estouro da crise global. Na pr�tica, isso significa dinheiro mais caro.
"Entre 2002 e 2008, vivemos um per�odo de extrema bonan�a. Havia funding para tudo e para todos", lembra o presidente da Associa��o Brasileira de Bancos (ABBC), Renato Oliva. A entidade representa justamente as institui��es financeiras de menor porte. "A partir da crise, o foco dos bancos pequenos e m�dios passou a ser o funding. Antes, era o produto de cr�dito", afirmou.