Belo Horizonte corre o risco de ficar outra vez sem moradias do programa Minha casa, minha vida, dentro da faixa de renda de zero a tr�s sal�rios m�nimos (at� R$ 1,66 mil). A segunda vers�o do programa, prevista para ser lan�ada quinta-feira, deve trazer valor m�ximo de R$ 56 mil para a constru��o de moradias na capital e regi�o metropolitana. As construtoras alegam que para viabilizar os empreendimentos seria necess�rio valor de pelo menos R$ 65 mil, pois o programa vai trazer exig�ncias de melhorias estruturais nas unidades habitacionais e � preciso contabilizar o reajuste de pre�os no mercado da constru��o civil nos �ltimos anos.
O Minha casa, minha vida 2 vai prev� a constru��o de 2,4 milh�es de unidades habitacionais, sendo 400 mil unidades dentro do Programa de Acelera��o de Crescimento (PAC). As novas unidades destinadas �s fam�lias com renda de at� tr�s sal�rios m�nimos ter�o de 3 a 4,5 metros quadrados a mais, para dar acesso �s pessoas com defici�ncia f�sica. Al�m disso, poder�o ser constru�das em conjuntos habitacionais maiores, de at� 4 mil unidades, e v�o contar com aquecimento solar. Antes, s� poderiam ser feitas em empreendimentos de at� 500 unidades. O piso, que antes era de concreto, agora ter� que ser de cer�mica em todo o apartamento. E o azulejo, que antes era exigido apenas para a pia da cozinha, banheiro e �rea de servi�o, agora vai estar presente em todas as paredes desses c�modos.
“Estamos conversando com o governo e tentando subir o valor das moradias em Belo Horizonte para R$ 60 mil. Mas ainda n�o houve defini��o”, afirma Paulo Safady Sim�o, presidente da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC). Em outros estados, como Rio de Janeiro, S�o Paulo e Bras�lia, o valor liberado para as unidades deve ficar acima de R$ 60 mil.
A escassez de terrenos e os baixos valores liberados para a constru��o de unidades de zero a tr�s sal�rios m�nimos em Belo Horizonte inviabilizaram as obras do Minha casa, minha vida 1 na capital. Apenas um contrato foi assinado para a constru��o de 1,47 mil moradias no Bairro Jardim Vit�ria, na Regi�o Nordeste. O empreendimento foi feito pela Emccamp Residencial. “A obra s� foi poss�vel porque houve um complemento de verba por parte da prefeitura. N�o existe diferen�a t�o grande de custo de Belo Horizonte com o Rio de Janeiro, S�o Paulo e Bras�lia. Seria preciso reajuste maior de pre�o aqui. Caso contr�rio, vale mais a pena construir em outras cidades”, afirma Andr� Campos, vice-presidente da Emccamp e do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Na primeira fase do programa, a Direcional Engenharia s� construiu empreendimentos at� tr�s sal�rios m�nimos em Ribeir�o das Neves (1, 6 mil unidades), Rio de Janeiro (2,24 mil unidades) e Manaus (3,5 mil unidades). “Estamos conversando com a Caixa (Econ�mica Federal) e o Minist�rio das Cidades h� 10 dias para ver se tentamos mudar o valor das unidades para Belo Horizonte, pois na primeira fase a verba baixa para as obras inviabilizou empreendimentos aqui”, afirma Ricardo Ribeiro Valadares Gontijo, diretor comercial da Direcional. “Se o valor for de R$ 56 mil, vai ser complicado viabilizar as obras aqui sem o apoio da prefeitura”, diz.
Principais mudan�as
- Teto de financiamento com recursos do FGTS sobe para R$ 170 mil em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bras�lia. Em Belo Horizonte o valor passa para R$ 150 mil.
- Unidades habitacionais v�o ter de 3 a 4,5 metros quadrados a mais, para dar acesso aos portadores de defici�ncia f�sica.Unidades poder�o ser constru�das em conjuntos habitacionais maiores, de at� 4 mil unidades. Antes as obras eram realizadas em conjuntos de at� 500 unidades.
- Na primeira vers�o eram exigidos 30 cent�metros de azulejo na pia da cozinha, banheiro e do tanque de servi�o. Agora � exigido azulejo em todas as paredes da cozinha, �rea e servi�o e banheiro.
- O piso, que antes era de concreto, agora deve ser de cer�mica em todo o apartamento.