Para quem caiu na cilada do cr�dito f�cil e engrossou a fatia da inadimpl�ncia no m�s passado, a recupera��o do nome limpo exige boa capacidade de renegocia��o da d�vida e melhor planejamento do or�amento dom�stico, para evitar se enrascar novamente. � o que aconselham especialistas em finan�as pessoais e educa��o financeira. “Normalmente recebemos cart�es de cr�dito em casa, sem nem precisar pedir, e nos acostumamos a transform�-los em vil�es da hist�ria. As pessoas se esquecem que s�o elas, na verdade, as respons�veis por passar o cart�o e digitar a senha”, diz o educador financeiro Ricardo Pereira, autor do livro Dinheirama.
Trocar d�vida cara por outra mais barata � uma op��o interessante, segundo Pereira: “Se a pessoa n�o pagou um cart�o de cr�dito com mais de 10% de juros ao m�s, pode buscar um empr�stimo pessoal com taxas mais civilizadas, entre 4,5% e 5%. Se negociar o cr�dito consignado, consegue at� 2,5%” Oliveira categoriza essa op��o como a “menos traumatizante”. Um pouco de mal�cia, recomenda, n�o faz mal a ningu�m: “O banco n�o vai bater � porta e avisar que se est� gastando muito no cheque especial. � preciso tomar a decis�o de escapar, por conta pr�pria”.
A outra situa��o � quando a pessoa n�o consegue mais pagar e precisa de prazo mais longo. A�, aconselha Oliveira, o jeito � procurar o credor e explicar a situa��o, negociar. “Porque nesse caso o banco tem que assumir perda e parcelar por prazos mais longos. � importante que se saiba renegociar a d�vida, examinar detalhadamente o que o banco est� cobrando”, explica, alertando para os valores abusivos que muitas vezes s�o cobrados nesses casos.
Sa�de financeira Para manter a sa�de fincanceira, a conta � simples: s� se deve gastar 90% do que se ganha. � fundamental colocar os p�s no ch�o e encarar de frente o problema, segundo o educador financeiro. Quanto mais se prorroga a d�vida, mais dif�cil combat�-la: “O brasileiro est� aprendendo a lidar com o cr�dito. O consumo � bom para a economia, mas quando as pessoas usam demais o cr�dito para realizar sonhos de consumo ou adquirir �tens sup�rfluos, � sinal de que h� certo descontrole. O ideal � poupar e ent�o efetuar a compra, sem se endividar”.
A aposentada Judite Sabino da Silva comprava, na tarde dessa ter�a-feira, um PlayStation 2, parcelado em 10 vezes de R$ 49,90, no Centro de Belo Horizonte, para presentear o neto Jonas, por “bom comportamento”. Atenta �s faturas, ela, que recebe o m�nimo de R$ 545 mensais, garante que n�o se enrosca na d�vida: “Estou quitando ainda uma mesa de passar e uma mesa para microondas, mas est� tudo sob controle. � ali, �: no papel do p�o. � tudo muito tentador, mas sigo devagar e sempre. N�o � � toa que estou h� mais de 30 anos no mercado e meu nome nunca foi para o SPC”. (MC e FB)