O Mercosul, bloco econ�mico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, vai contar com um observat�rio de com�rcio regional para desenvolver uma estrat�gia de defesa comercial conjunta e detectar onde seus mercados est�o perdendo para importa��es de outros pa�ses. Em entrevista � Ag�ncia Estado, a secret�ria de Com�rcio Exterior do Minist�rio do Desenvolvimento Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, disse que "h� uma preocupa��o conjunta" com o crescimento das importa��es, o que exige "um olhar atento para detectar quais setores espec�ficos est�o perdendo mercado em cada um dos pa�ses (do bloco)".
Sem entrar em detalhes, ela afirmou que o Brasil "j� fez o seu dever de casa", ao levantar as informa��es sobre os setores mais prejudicados pelas importa��es de produtos de pa�ses de fora do Mercosul e tamb�m da perda de participa��o no mercado argentino, seu principal s�cio no Mercosul, em fun��o das barreiras ao com�rcio. Nesse sentido, segundo ela, os pa�ses s�cios precisam ter uma estrat�gia comercial. "N�o podemos perder a oportunidade de crescimento da regi�o para alavancar a ind�stria e favorecer o desenvolvimento regional", afirmou.
A ministra de Ind�stria da Argentina, D�bora Giorgi, tamb�m defendeu uma vigil�ncia maior das importa��es do Mercosul. "Para capitalizar as oportunidades que o contexto internacional oferece aos pa�ses do Mercosul,
Giorgi ponderou que, embora o com�rcio do bloco continue crescendo, chegando a US$ 44 bilh�es em 2010, representa somente 10% dos US$ 446 bilh�es do total do com�rcio dos pa�ses do bloco com o resto do mundo. Em consequ�ncia, Giorgi ressaltou que os pa�ses do Mercosul "se devem uma articula��o plena para gerar consensos em torno de pol�ticas que agreguem valor �s exporta��es regionais e desenvolvam uma ind�stria inovadora e competitiva". Durante a reuni�o de ministros e secret�rios de Ind�stria, realizada hoje, em Assun��o, onde ocorre a 41.ª C�pula do Mercosul, Giorgi reiterou discurso em defesa da integra��o das cadeias produtivas do bloco.
Sobre as desaven�as comerciais entre o Brasil e a Argentina em torno de barreiras m�tuas �s importa��es, ambas afirmaram que o encaminhamento de uma solu��o avan�ou. "Houve um avan�o consider�vel na libera��o de licen�as de importa��o, na pr�-autoriza��o dos pedidos e na autoriza��o para a comercializa��o", disse Tatiana Prazeres. "A Argentina tem liberado a entrada de baterias, cal�ados, t�xteis, freios, embreagens e produtos qu�micos, mas na linha branca de eletrodom�sticos, o ritmo tem sido menor do que o desejado", detalhou.
"O problema ainda n�o se resolveu, mas ajudou. No entanto, nosso esfor�o di�rio � conseguir que as empresas brasileiras n�o sejam prejudicadas", sintetizou a secret�ria, deixando claro que a pol�mica com a Argentina ainda tem um longo caminho at� a sua supera��o.
Desde janeiro o s�cio do Mercosul intensificou as restri��es �s importa��es, afetando a ind�stria exportadora brasileira. Para pressionar a Argentina a rever sua pol�tica, o Brasil revidou e freou a entrada de autom�veis argentinos no mercado dom�stico. O ritmo de libera��o das importa��es de carros segue o fluxo de libera��o argentina da entrada dos produtos brasileiros em seu mercado.