A unifica��o dos terminais para vendas via cart�es de cr�dito completa um ano nesta sexta-feira. Desde 1º de julho do ano passado, o fim da exclusividade das operadoras, que aceitavam apenas uma bandeira por m�quina, reduziu o custo dos empres�rios de Belo Horizonte com a chamada moeda de pl�stico, mas a economia praticamente n�o alcan�ou o bolso dos consumidores. � o que mostra pesquisa divulgada nessa quinta-feira pela C�mara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL-BH). Enquanto 64,29% dos entrevistados confirmaram a redu��o no custo, apenas 4,92% dos comerciantes ouvidos pela entidade usaram a economia para conceder descontos aos clientes.
O percentual de 4,92% chama ainda mais aten��o quando comparado com o n�mero de empres�rios que passaram a trabalhar com apenas uma operadora: 75,86%. A maioria dos comerciantes optou por usar o dinheiro antes destinado � loca��o das m�quinas devolvidas para expandir o lucro: 18,03% v�o aplicar a diferen�a no aumento do estoque, 13,41% em campanhas de divulga��o e marketing e 8% no capital de giro. Outros 38,75% ainda n�o sabem o que v�o fazer com a diferen�a e somente 1,64% decidiu priorizar a capacita��o de empregados.
O fim da exclusividade das m�quinas foi uma antiga demanda dos empres�rios brasileiros e entrou em vigor por meio de um termo de compromisso entre o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) e as operadoras. Para ter ideia dessa luta dos comerciantes, o presidente da Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, durante entrevista � imprensa em 2010, comparou a nova realidade do setor � Lei �urea, assinada pela princesa Isabel, em 1888, para abolir a escravid�o no Brasil.
Alforria
A unifica��o dos terminais foi comemorada em massa pelos lojistas da capital, pois a moeda de pl�stico paga mais de 60% das vendas fechadas por 65,5% do setor. Outra estat�stica que mostra a comemora��o dos comerciantes � o n�mero de entrevistados que passaram a trabalhar com apenas uma operadora: 75,86%. De acordo com a entidade, 47,31% deles optaram pela Visa, 32,25% pela Mastecard/Credicard, 15,06% pela Redecard, 3,22% pela American Express e 1,08% pela Hipercard. Este �ltimo percentual tamb�m coube � Santander Getnet.
Cada m�quina devolvida gerou uma economia mensal, m�dia, de R$ 110. Na loja Jeans Malha, que funciona na Savassi, Regi�o Centro-Sul da capital, a economia foi maior, pois, segundo o gerente, Luiz Pantoja, dois aparelhos foram devolvidos. “A economia foi revertida no aumento de estoque e em desconto para os clientes”, afirmou. Mas poucos consumidores perceberam a redu��o. “Os pre�os s� disparam”, reclamou o servidor p�blico Osvaldo Canella J�nior.
J� o vice-presidente de Rela��es Institucionais da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, avalia que o baixo percentual de filiados que usou a economia para conceder desconto aos consumidores � explicado pelo porte da maioria dos comerciantes da capital, “micro e pequenas empres�rios”. O executivo acrescenta que os custos com outras despesas, como aluguel, pagamento de impostos e treinamento de funcion�rios, tamb�m consomem parte do faturamento das empresas. Para ele, o pr�ximo passo � reduzir a taxa cobrada pelas operadoras nas vendas, que atualmente chegam a 5%.