Soaram mal dentro do governo as declara��es do empres�rio Abilio Diniz de que, ao comprar o Carrefour com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico Social (BNDES), o P�o de A��car ser� “estrat�gico para conter a alta dos pre�os e segurar a infla��o”. Segundo assessores do Minist�rio da Fazenda, quem conhece o hist�rico de Diniz sabe que dificilmente ele
repassar� aos clientes os descontos que vier a ter nas negocia��es com os fornecedores.Em 1986, durante o Plano Cruzado, o dono do P�o de A��car foi apontado com um dos empres�rios que mais jogou contra a estabilidade da economia. Tanto que a Pol�cia Federal descobriu um estoque de 3,8 milh�es de latas de �leo no galp�o central da rede varejista, em S�o Paulo, no momento em que produto faltava nas lojas. “Portanto, � preciso ter cautela com a opera��o”, disse o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-RJ), Jos� Ricardo Scaroni.
Para ele, � fr�gil o argumento de queda nos pre�os ap�s a concretiza��o da compra do Carrefour pelo P�o de A��car, pois Diniz j� fez movimentos semelhantes, ao assumir o controle das Casas Bahia e do Ponto Frio, mas o consumidor n�o saiu exatamente como vencedor. Para Ruy Coutinho, presidente da Consultoria LatinLink, o setor de supermercados n�o � estrat�gico, como defende Diniz. O importante � a concorr�ncia, o que realmente derruba pre�os, e n�o a concentra��o nas m�os de poucos empres�rios.