O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, exortou nesta quinta-feira os congressitas americanos a n�o "atirar no pr�prio p�" ignorando as advert�ncias das ag�ncias de classifica��o de risco. "� extremamente importante manter a confian�a do mundo", declarou Bernanke diante do Comit� banc�rio do Senado em Washington.
Segundo as tr�s principais ag�ncias de avalia��o financeira, a d�vida p�blica dos Estados Unidos apresenta as melhores garantias poss�veis de reembolso, que valem a nota "triple A", mas duas delas amea�am reduzir essa nota no curto ou m�dio prazo. "Na minha opini�o, perder essa nota seria como disparar um tiro no p�", declarou o chefe do banco central aos
No momento em que a recupera��o da economia americana continua a um ritmo muito lento e o desemprego mant�m-se em um n�vel elevado, a perda do "triple A" provocaria nos Estados Unidos "uma alta das taxas de juros, incerteza" e "seguramente" um aumento do desemprego, advertiu. A ag�ncia Moody's anunciou nesta quarta-feira que considera baixar a nota de solv�ncia financeira dos Estados Unidos devido � "crescente probabilidade de que o limite legal da d�vida n�o seja elevado a tempo".
Fixado pelo Congresso em 14,294 trilh�es de d�lares, o limite da d�vida foi alcan�ado em meados de maio. O Tesouro recorre desde ent�o a diversos recursos para manter o Estado em funcionamento sem aumentar o endividamento do pa�s, mas advertiu que estes se esgotar�o em 2 de agosto e que se encontrar� ent�o rapidamente em default, como consequ�ncia de n�o poder obter novos fundos.
Segundo Bernanke, devem ser adotadas medidas urgentes, e exortou o Congresso "a tomar todas as medidas poss�veis para evitar um default da d�vida ou simplesmente abster-se e contribuir para a possibilidade de uma morat�ria". O chefe do banco central fazia declara��es pelo segundo dia consecutivo no Capit�lio, na apresenta��o do informe semestral de pol�tica monet�ria do Fed.
Na quarta-feira, Bernanke tinha advertido que um default por parte dos Estados Unidos provocaria uma crise planet�ria "maior". Nesta quinta-feira, as perguntas dos congressistas giraram principalmente em torno das finan�as p�blicas do pa�s, quando as negocia��es permanecem bloqueadas entre o governo e os democratas de um lado e os republicanos de outro, sobre as concess�es que cada parte dever� fazer para alcan�ar um acordo com o objetivo de elevar o limite da d�vida.
Obama e os democratas querem aumentar os impostos aos contribuintes mais ricos, medida inadmiss�vel para seus rivais, partid�rios de cortar gastos sociais para obter recursos. Wall Street, por sua vez, come�a a se inquietar seriamente: o presidente-executivo do banco JPMorgan Chase, Jamie Dimon, estimou nesta quinta-feira que n�o elevar o limite da d�vida seria uma "cat�strofe" e como consequ�ncia seria "irrespons�vel correr o risco". A China chamou Washington a "tomar medidas" para defender os interesses dos investidores mediante uma "pol�tica respons�vel". Pequim possu�a em abril 1,15 trilh�es de d�lares em t�tulos do Tesouro, segundo os �ltimos dados divulgados em junho por Washington.