A escassez de m�o de obra qualificada alcan�a n�veis cr�ticos nas micro e pequenas empresas de Minas Gerais, que j� enfrentam uma concorr�ncia suada com as grandes e m�dias companhias atr�s de profissionais experientes em diversas �reas. Quase metade dos empreendimentos de menor porte t�m muita dificuldade de contratar pessoal, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae Minas junto a 560 empreendedores de todo o estado. Al�m desse universo, que somou 46,8% do total da amostra, outros 17,9% informaram encontrar alguma dificuldade, totalizando 64,7%. O levantamento foi feito entre 13 e 22 de junho em empresas do com�rcio, ind�stria, constru��o civil e prestadoras de servi�os como parte do estudo “Expectativas das micro e pequenas empresas mineiras”, preparado a cada trimestre pela institui��o.
O apag�o nos pequenos empreendimentos preocupa sobretudo naquelas empresas que nem poderiam sonhar em disputar com a capacidade dos concorrentes de pagar sal�rios mais altos para reter um bom profissional, avalia Ven�ssia Eliane Santos, analista da Unidade de Intelig�ncia Empresarial do Sebrae Minas. “Se o poder de pagar melhor remunera��o ou fazer uma capacita��o pr�pria for mais dif�cil, aumenta a discrep�ncia em rela��o �s m�dias e grandes empresas”, afirma. A pesquisa d� pistas de que h� realidades diferentes, nesse sentido, no que se refere ao custo salarial, em fun��o da dificuldade nas contrata��es. Das empresas consultadas, para 48% as despesas t�m permanecido constantes, enquanto 36,9% declararam ter registrado alta nos custos.
Embora o problema seja generalizado, os empreendimentos da ind�stria e da constru��o civil � que informaram encontrar a maior dificuldade de contratar m�o de obra qualificada e isso n�o quer dizer que se trata de gente de alto n�vel de escolaridade, pondera Ven�ssia Santos. Mais de um quarto (25,8%) das empresas entrevistadas veem obst�culos na contrata��o de trabalhadores com curso t�cnico e 21,9% buscam, com pouco sucesso, candidatos que tenham forma��o em cursos de qualifica��o. O d�ficit de m�o de obra � mais intenso nas regi�es Leste e Sul de Minas, de acordo com o levantamento do Sebrae Minas, onde 52,6% e 50,5%, respectivamente, das micro e pequenas empresas t�m muita dificuldade para contratar gente qualificada.

S�nia Lage conta que a sa�da tem sido investir no treinamento pr�prio de pessoal, o que n�o elimina a necessidade de tentar acompanhar os aumentos de sal�rios, muitas vezes concedidos antes mesmo da data-base da categoria para tentar ret�-los. Mesma dificuldade enfrenta Celso Silva, dono da Gr�fica J�piter, de Contagem, na Grande BH. O trabalhador qualificado mais dif�cil de ser contratado � o arte-finalista.
Palavra de especialista
Sem atrativos
Pl�nio de Campos Souza
coordenador da Pesquisa de Emprego e Emprego na Grande Belo Horizonte pela Funda��o Jo�o Pinheiro
A disputa por profissionais j� treinados � realidade, hoje, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte e deve continuar ocorrendo, � medida em que a taxa de desemprego diminuir. As pr�prias ind�strias enfrentam o d�ficit de profissionais em v�rias �reas. J� vinham contribuindo com essa dificuldade, em geral, o desemprego relativamente baixo e o fato de um grupo de trabalhadores preferir ficar na escola, com o aumento de renda recente no pa�s, e se inserir mais tarde no mercado de trabalho com melhor escolaridade. H� indicativos de que a dificuldade encontrada pelas pequenas empresas para contratar m�o de obra passa pelos sal�rios e por uma jornada de trabalho que n�o s�o atrativos. Considerando-se um cen�rio de cont�nua redu��o do desemprego, se as empresas n�o entenderem que t�m de oferecer sal�rios melhores e criar uma jornada de trabalho atrativa, essa dificuldade deve se acirrar.