
O porta-voz reiterou, no entanto, sua confian�a na capacidade dos pol�ticos de chegar a um acordo. “Definitivamente, por mais desesperadora que seja a situa��o, o Congresso pode conseguir um compromisso aceit�vel”, disse Carney. Se n�o houver entendimento, contudo, grande parte da administra��o p�blica federal poder� ser paralisada, uma vez que, segundo analistas, cerca de 40% das despesas do governo norte-americano s�o atualmente financiadas com endividamento.
Na �ltima segunda-feira, em pronunciamento em cadeia nacional de TV, o presidente Barack Obama afirmou que, se democratas e republicanos n�o chegarem a um entendimento para aumentar o teto da d�vida, atualmente de US$ 14,3 trilh�es, haver� consequ�ncias graves para a economia do pa�s, que j� se encontra bastante enfraquecida e n�o conseguiu ainda se recuperar da grande crise de 2008.
Duro teste
Um relat�rio divulgado na quarta-feira pelo FED, o banco central dos Estados Unidos, afirma que “a atividade econ�mica continua crescendo, mas o ritmo se desacelerou” na maioria das regi�es do pa�s. Segundo o documento, embora estejam sendo registrados aumentos modestos nas vendas de varejo e incrementos discretos na ind�stria e no setor de servi�os, os n�veis de emprego continuam baixos e o mercado imobili�rio continua com fraco desempenho.
Nesta sexta-feira, o governo deve publicar sua primeira estimativa para o crescimento econ�mico no segundo trimestre do ano, que ir�o permitir que se fa�a tamb�m uma previs�o para o todo o ano. Segundo analistas, ela ser� inferior � do primeiro trimestre, quando os dados aprontavam para uma expans�o de 1,9% da economia em 2011.
A falta de um acordo entre governo e oposi��o tamb�m poder� levar o Tesouro a suspender os pagamentos da d�vida norte-americana, o que levar� a crise para fora das fronteiras dos EUA e submeter� a economia internacional a um duro teste. Com problemas graves na Europa e no Jap�o, o receio � que o mundo seja empurrado mais uma vez para uma recess�o, que desta vez pode ser ainda mais profunda.
Na ter�a-feira, a diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu que um calote norte-americano seria algo “muito grave para a economia mundial”. Os efeitos negativos n�o se limitariam �s perdas dos bancos e investidores com a queda do valor dos t�tulos do Tesouro, mas alcan�ariam tamb�m os fluxos de com�rcio e a chamada economia real. Apesar do extraordin�rio crescimento da China e de outros pa�ses emergentes, o mercado norte-americano ainda � um quarto da economia do planeta e os Estados Unidos s�o os maiores importadores mundiais.
“As consequ�ncias em outras regi�es do mundo seriam enormes, em particular naquelas que t�m um crescimento lento, como Europa, porque o com�rcio com os Estados Unidos seria afetado”, disse Nariman Behravesh, economista-chefe da consultora IHS Global Insight.
Wall Street derrete 1,59%
Em meio ao impasse entre a Casa Branca e o Congresso para aumentar o teto da d�vida dos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York voltou a despencar. Principal �ndice de Wall Street, o Dow Jones caiu 1,59% ontem. O indicador agrupa as a��es das 30 das maiores empresas norte-americanas e sentiu um dos maiores baques dos �ltimos dias, marcados por uma ferrenha disputa pol�tica entre democratas e republicanos. Al�m da crise no pa�s, os investidores acreditam que o ambiente de incertezas na Europa, agravado ontem pelo rebaixamento do rating da Gr�cia pela ag�ncia de classifica��o Standard and Poor’s, aumentar� as turbul�ncias dos mercados. A hip�tese de uma recupera��o j� � considerada vi�vel pelos analistas somente com um desfecho r�pido e favor�vel para o debate do endividamento dos EUA.