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Estado de Minas

Metal�rgicos endurecem negocia��o por aumento real

Campanha unificada da categoria come�a nesta sexta-feira. Profissionais pedem reajuste de 10% acima da infla��o e outros benef�cios


postado em 29/07/2011 06:00 / atualizado em 29/07/2011 09:02

Ato p�blico organizado pelos principais sindicatos de metal�rgicos de Minas Gerais para as 10h desta sexta-feira �s portas da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg) dar� in�cio oficial � campanha unificada da categoria, que pede 10% de aumento real (acima da infla��o), al�m da varia��o acumulada do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC) nos �ltimos 12 meses at� a data-base, em 1º de outubro. A pauta de reivindica��es inclui, ainda, sal�rio de ingresso de R$ 1.850, valor j� pago em outros polos do setor em S�o Paulo, e a redu��o da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. A negocia��o come�a num cen�rio mais desfavor�vel, de infla��o alta e especula��o no mercado financeiro, que levou o governo a taxar opera��es com d�lar no mercado futuro e a refor�ar o poder do Conselho Monet�rio Nacional (CMN) no sentido de intervir para conter solavancos no c�mbio. S�o 250 mil trabalhadores de todo o estado envolvidos na campanha.

As empresas avisam que s� v�o definir reajustes salariais em setembro, quando esperam ver com clareza os efeitos das medidas contra a especula��o no mercado financeiro e os rumos da infla��o, segundo Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Rela��es do Trabalho da Fiemg e representante da ind�stria na negocia��o com os metal�rgicos. “Qualquer decis�o vai depender do que ocorrer no Brasil e no mundo nos pr�ximos 30 dias”, disse. Os sindicalistas rebatem, com o argumento de que a economia continua a crescer e alguns segmentos como a ind�stria automotiva e de material el�trico operam em regime de horas extras nos fins de semana.

Alunos em capacitação em Betim: reivindicações incluem salário de R$ 1.850 para ingresso na profissão, como já ocorre em outros estados(foto: Renato Weil/EM/D.A Press-27/10/10)
Alunos em capacita��o em Betim: reivindica��es incluem sal�rio de R$ 1.850 para ingresso na profiss�o, como j� ocorre em outros estados (foto: Renato Weil/EM/D.A Press-27/10/10)
Em Betim, Igarap� e S�o Joaquim de Bicas, os metal�rgicos est�o cumprindo jornada extra aos s�bados e em algumas f�bricas tamb�m aos domingos, informa o presidente do sindicato local da categoria, Jo�o Alves de Almeida. “N�o h� porque dificultar o entendimento, j� que as empresas est�o trabalhando com alta produ��o. Se � assim, n�o existe crise nas f�bricas”, afirma o sindicalista. No polo liderado pela Fiat Autom�veis, 44 mil trabalhadores est�o envolvidos na campanha salarial.

Em Belo Horizonte e Contagem, na Grande BH, o trabalho, da mesma forma, tem excedido a jornada regular dos metal�rgicos, de acordo com Geraldo Valgas, diretor do sindicato local da categoria. “H� empresas dos setores automotivo e de material el�trico que continuam a contratar e precisam fazer horas extras para manter a produ��o. As maiores f�bricas est�o trabalhando na sua capacidade m�xima”, diz Valgas.

Para o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Sabar�, na regi�o metropolitana da capital mineira, Marconi Domingos Roque, o aumento recente da taxa b�sica de juros – aquela que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia nas opera��es dos bancos e do com�rcio – dificultou as negocia��es. “O capital que deveria ser investido no setor produtivo da economia vai alimentar a especula��o financeira, sem contar o aumento das importa��es que prejudica a ind�stria”, reclama. S�o 5 mil metal�rgicos na base de trabalhadores do setor na cidade hist�rica.

Outras cl�usulas

Categoria de peso nas negocia��es salariais do segundo semestre em Minas, os metal�rgicos ter�o, ainda, que rediscutir todas as cl�usulas sociais que constam de conven��o coletiva e s�o negociadas por um per�odo de dois anos. Ao todo, 98 itens do acordo ter�o de ser reavaliados, desde adicional noturno, horas trabalhadas em feriados at� o fornecimento de �gua pot�vel aos empregados. Jo�o Alves, presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Betim e Regi�o, afirma que a negocia��o mais sens�vel deve ser a dos sal�rios de ingresso da categoria.

Os pisos salariais pagos em Minas variam de R$ 545,60 nas empresas com at� 50 empregados a R$ 800,80 nas f�bricas com mais de 1 mil empregados. “O sal�rio de ingresso do metal�rgico de Minas � o quinto no pa�s, superado pelo inicial pago em S�o Paulo, Rio de Janeiro, Paran�, Bahia e Esp�rito Santo”, afirma o sindicalista. No sindicato de BH e Contagem, Geraldo Valgas diz que uma das principais bandeiras � a proposta de cria��o de comit�s sindicais por empresa, a exemplo do modelo de organiza��o da categoria dentro das f�bricas do ABC paulista e de Sorocaba (SP). Entregam nesta sexta-feira a pauta de reivindica��es � Fiemg 25 sindicatos que representam trabalhadores dos polos industriais da Grande BH e do Sul de Minas.

Daqui para o futuro
Incertezas no caminho

� luz do excepcional resultado para os trabalhadores das negocia��es salariais de 2010, per�odo marcado pelos melhores reajustes da hist�ria de algumas categorias, a exemplo dos metal�rgicos de Minas, � prematuro tra�ar uma tend�ncia para as pr�ximas tentativas de acordo entre patr�es e empregados. Economistas do Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos Socioecon�micos (Dieese) j� haviam ponderado meses atr�s que o embate vai depender de como a infla��o vai evoluir e da dosagem do aperto monet�rio imposto pelo governo neste ano, para controlar a evolu��o do custo de vida. Durante o primeiro semestre, houve bons acordos, como o que foi firmado pelos comerci�rios da Grande BH, prevendo ganho real de 2,14%, embora distante da expectativa dos trabalhadores.


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