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Estado de Minas

Entressafra e demanda interna em alta fazem pre�o de carnes voltar a disparar

Su�nos aumentam mais e alguns cortes j� apresentam avan�o de quase 20% para os consumidores


postado em 04/08/2011 06:00 / atualizado em 04/08/2011 08:21

Churrasco de lombo de porco: na ponta do varejo, empresários dizem que pagam 30% a mais por cortes suínos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Churrasco de lombo de porco: na ponta do varejo, empres�rios dizem que pagam 30% a mais por cortes su�nos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A combina��o de in�cio da entressafra com o mercado interno aquecido, est� encarecendo pratos t�picos da culin�ria mineira e amea�a deixar o churrasco “mais salgado”. Depois de seis meses consecutivos de quedas no varejo, o pre�o das carnes voltou a acelerar em julho e o principal alerta vem dos su�nos. Minas Gerais � o maior consumidor da prote�na animal no pa�s. De julho ao in�cio deste m�s, o valor do quilo da carne de porco para o produtor cresceu 25% e, na mesma velocidade, a diferen�a bateu na porta do consumidor. Esse � o caso da tradicional costelinha, que na �ltima semana de julho registrava pre�o m�dio de R$ 10,75 em Belo Horizonte, alta de 19,7% em rela��o a junho, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro.

No caso da carne bovina os pre�os, que ca�ram entre abril e maio, subiram 4% entre julho e agosto para o produtor. “Temos um cen�rio de pouca oferta para os frigor�ficos e de mercado firme. Os pre�os devem seguir em alta”, aponta Alex Lopes, consultor da Scot Consultoria.

No varejo, donas de casa que mal tiveram tempo para perceber a desacelera��o dos pre�os, j� voltaram a notar o peso do alimento no or�amento. Donos de restaurante optam por manter estoques baixo apostando em melhores neg�cios. Ant�nio Vieira, metre da churrascaria Ambr�sio’s, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, diz que no �ltimo m�s a carne su�na valorizou 30% e, entre os alimentos, foi o item onde a infla��o mais pesou, j� que os pre�os da carne bovina importada segue est�vel. “No card�pio, os pre�os continuam os mesmos, n�o mudaram apesar da alta, mas � preciso aguardar uma acomoda��o do mercado para fechar neg�cios.” M�rcio Silveira, propriet�rio do frigor�fico Serrad�o, com 18 lojas em Belo Horizonte e regi�o metropolitana, informa que a alta mais forte aconteceu nos �ltimos 10 dias. Ele tamb�m aponta os su�nos como vil�es. “A carne de porco subiu 50% e a bovina 10%.”

O aposentado Jo�o Lemos calcula que gasta em m�dia R$ 40 por semana com a compra de carnes para a fam�lia. Ele garante que n�o notou recuo de pre�os. “Temos que aproveitar as promo��es”, pondera.

Alta dos su�nos

A acelera��o do pre�o do milho e da soja que t�m cota��o internacional s�o apontados como fator de press�o no custo dos su�nos. Jo�o Bosco de Abreu, presidente da Associa��o dos Suinocultores de Minas Gerais (Assemg), aponta o mercado interno aquecido e a sazonalidade, j� que o consumo cresce no inverno, como motivos para a alta. “Minas � o quarto produtor e o primeiro consumidor de carne su�na.” Ele acredita que os pre�os devem se acomodar sem tend�ncia de queda at� o final do ano. Segundo ele, a queda das exporta��es para a R�ssia n�o influenciaram no mercado interno e a expectativa do setor � que a exporta��o cres�a 8,5% este ano, com abertura do mercado chin�s e sul-africano.

Cleny Maia diz que substituiu a alcatra: o quilo chegou a R$ 19,99(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Cleny Maia diz que substituiu a alcatra: o quilo chegou a R$ 19,99 (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
No caso da carne bovina, a infla��o medida pela Funda��o Ipead mostra que em julho a tend�ncia de queda de pre�os que vinha se mantendo desde janeiro perdeu for�a. A alcatra que chegou a recuar 1,64% em junho caiu apenas 0,27% em julho. A dona de casa e profissional de servi�os gerais Cleny Maia, diz que j� tem feito substitui��es em casa. Ela diz que h� dois meses comprava alcatra por R$ 14,99 o quilo, em dois meses o produto saltou para R$ 19,99, alta superior a 30%.

Trajet�ria � de novos aumentos

De agosto a dezembro, as carnes bovina, su�na e tamb�m de frango devem seguir em alta no varejo. Segundo Jos� Alberto de �vila Pires, coordenador estadual de pecu�ria de corte da Emater-Minas, o mercado interno, respons�vel pelo consumo de 80% da produ��o nacional, est� aquecido. O al�vio � que este ano, a carne bovina n�o deve atingir patamares alcan�ados no �ltimo trimestre de 2010, quando a arroba para o produtor chegou a R$ 110, no entanto, os pre�os da arroba, que j� registram R$ 96 no campo, devem ainda ter uma eleva��o. “A diferen�a vai chegar no bolso do consumidor nos pr�ximos meses, quando a oferta do produto diminui.” Alex Lopes, zootecnista e consultor da Scot Consultoria, aponta que o custo da produ��o vai continuar pressionar os pre�os de aves e su�nos. Segundo ele, o milho, base da alimenta��o animal, est� 76% mais caro. “O mercado para os gr�os segue firme. N�o h� expectativa de queda dos pre�os.”


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