A redu��o da desigualdade social no Brasil na d�cada passada foi puxada por uma forte expans�o dos postos de trabalho com remunera��o mais baixa. Por outro lado, tamb�m foi resultado de uma redu��o de vagas mais bem remuneradas. Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) aponta a cria��o m�dia anual de 1,9 milh�o de postos de trabalho com remunera��o de at� 1,5 sal�rio m�nimo, enquanto que, nas ocupa��es de tr�s sal�rios m�nimos ou mais houve uma perda de quase 400 mil vagas por ano.
"As ocupa��es geradas s�o vinculadas a remunera��es relativamente baixas. Elas representaram 95% dos postos de trabalho que o Brasil gerou na d�cada de 2000", afirmou o presidente do Ipea, M�rcio Pochmann. "N�o estamos gerando empregos de maior remunera��o.
Segundo Pochmann, essas transforma��es tem diversas causas. A principal, apontou, � a altera��o da estrutura produtiva do Pa�s. De acordo com dados da pesquisa, o setor terci�rio, que engloba servi�os, passou de uma participa��o de 50,7% no Produto Interno Bruto (PIB), em 1980, para 66,2%, em 2008. A estimativa do Ipea � de que esse porcentual deve atingir 80,9% em 2036. "Estamos nos transformando num pa�s de servi�os. Nas regi�es metropolitanas, os servi�os j� representam 70% (da economia)", disse Pochmann.