O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta sexta-feira que o pa�s pode se tornar uma esp�cie de porto seguro de investimentos em fun��o de suas condi��es econ�micas, diante do cen�rio de agravamento da crise econ�mica mundial. Segundo ele, o desempenho favor�vel da economia nacional pode fazer com que ingressem mais capitais no pa�s, al�m do que j� est� sendo registrado.
Em palestra promovida em S�o Paulo pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finan�as de S�o Paulo (Ibef-SP), Coutinho ressaltou que a piora das condi��es financeiras globais deve fazer com que os bancos centrais, especialmente dos pa�ses avan�ados, continuem injetando volumes grandiosos de recursos em suas respectivas economias, para mitigar os efeitos recessivos de um eventual credit crunch - uma s�bita parada de concess�o de cr�dito.
Coutinho disse que, no caso de uma piora muito grande da crise internacional levar os bancos privados no Brasil a encurtarem a concess�o de financiamentos, os bancos p�blicos poderiam voltar a exercer um papel vigoroso, compensando a aus�ncia de libera��o de empr�stimos pela banca privada.
Ele afirmou que est� seguro de que as institui��es privadas n�o v�o encurtar a concess�o de financiamentos para fam�lias, empresas e tamb�m no sistema interbanc�rio, pois est�o conscientes de que o Brasil possui uma economia com perspectivas positivas de expans�o para os pr�ximos anos e de que a economia possui alto grau de previsibilidade de longo prazo.
Financiamento
Coutinho afirmou que o BNDES chegou a uma esp�cie de tamanho �timo para fazer frente a uma parte do financiamento de longo prazo no Pa�s. "O BNDES chegou a um ponto que n�o � sensato se agigantar mais." Coutinho afirmou anteontem que o banco oficial deve repetir o total de desembolso do ano passado ou at� super�-lo um pouco, a ponto de chegar ao montante pr�ximo de R$ 147 bilh�es.
Segundo ele, um dos desafios importantes da economia brasileira � desenvolver alternativas de financiamento a fim de estimular a concess�o de cr�dito de m�dio e longo prazo.
Na sua avalia��o, tais mecanismos, entre eles deb�ntures de longo prazo, est�o nessa dire��o, mas a velocidade de implementa��o foi um pouco reduzida no primeiro semestre em fun��o da necessidade de o Banco Central ter elevado os juros a partir de janeiro, para conter a alta da infla��o. Contudo, os mecanismos de financiamento de longo prazo v�o avan�ar em paralelo com o incremento do mercado de capitais nacional.
O presidente do BNDES ressaltou que as condi��es de boa expans�o do Produto Interno Bruto (PIB) s�o fact�veis e vis�veis. "Talvez um dos ativos mais importantes do Pa�s � que as condi��es econ�micas oferecem um horizonte de previsibilidade de pelo menos dez anos � frente".