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Estado de Minas RECESS�O AMEA�A EMPREGO

Trabalhadores que ganham at� 2 m�nimos s�o os que mais correm risco de perder vagas


postado em 14/08/2011 07:23 / atualizado em 14/08/2011 07:50

A recess�o global que bate �s portas das na��es desenvolvidas e, inevitavelmente, respingar� no Brasil virou uma das maiores amea�as ao emprego dos trabalhadores situados nos extremos da pir�mide de renda da iniciativa privada. Em uma ponta, est�o os que ganham at� dois sal�rios m�nimos e conquistaram suas vagas no embalo do crescimento econ�mico dos �ltimos anos. Na outra, ficam os funcion�rios de atividades que pagam os melhores vencimentos — loteados nas empresas exportadoras da �rea de minera��o e siderurgia, de metalurgia e automotiva e da �rea financeira.

Esses setores est�o diretamente expostos aos efeitos negativos do d�lar desvalorizado em rela��o ao real e da redu��o da procura por mat�rias-primas e bens de maior valor agregado no mercado internacional. Outro grupo que, embora n�o esteja no topo salarial, tamb�m fica na mira do desemprego � composto pelos trabalhadores da ind�stria de cal�ados e vestu�rio. Tradicionais exportadores, eles sofrem ainda a concorr�ncia das mercadorias importadas da China.

“O impacto nos empregos vai depender do tamanho da crise e das medidas que o governo brasileiro vai adotar”, avalia o professor da PUC/Rio e economista da Opus Gest�o de Recursos, Jos� M�rcio Camargo, . O analista do Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) S�rgio Mendon�a concorda: “As medidas que ser�o tomadas internamente ditar�o os efeitos para os brasileiros”.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff sinalizou a ado��o de medidas quando prometeu contornar a crise internacional, refor�ando o mercado interno para manter a atividade econ�mica e os empregos. Tudo para n�o repetir o que ocorreu na crise de 2008, quando a desocupa��o, que vinha em queda desde 2003, tornou a subir. O setor industrial, tradicionalmente o primeiro a sentir o desaquecimento da economia, comandou as demiss�es. Entre o fim de 2008 e meados de 2009, a taxa de desemprego calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) passou de 7,5% para 9%. Hoje est� em 6,2%.


Escolha

A produ��o industrial j� desacelerou no segundo trimestre como resultado das medidas do governo para restringir o cr�dito e do aumento da taxasde juros para conter a infla��o em alta. Inicialmente, a estrat�gia era promover um pouso calculado da atividade para o pa�s renovar o f�lego e continuar crescendo, com o consumo dom�stico controlado. Agora, no entanto, com a crise global, a rotina nas f�bricas pode desacelerar mais forte do que o desejado, resultando em corte de vagas e redu��o da renda dos consumidores. O emprego no setor j� deu sinais de queda em junho, com recuo de 0,2%, de acordo com o balan�o divulgado pelo IBGE na semana passada.

“O governo tem uma escolha dif�cil, entre controlar a infla��o e manter o emprego”, resume Jos� M�rcio Camargo. Segundo ele, para garantir a gera��o de vagas no mercado de trabalho, a equipe de Dilma Rousseff ter� que incentivar o consumo interno, movimento que alimenta a infla��o. Se deixar a atividade econ�mica brasileira ao sabor da crise externa, sacrificar� mais vagas, diz ele. “O mais prov�vel � que, em 2012, haja aumento do desemprego, dependendo da redu��o da demanda no mundo”, prev�.

O professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Jo�o Saboia avalia que os mais afetados ser�o os de menor sal�rio. “Se a crise se aprofundar e atingir o Brasil, as pessoas que v�o sofrer mais s�o as que ganham menos.” Para Saboia, al�m de manter o emprego dos atuais trabalhadores, o pa�s precisa gerar vagas para o contingente que entra no mercado em busca de uma coloca��o todo ano.

Baixa renda

Dados do Minist�rio da Previd�ncia Social, com base em informa��es da Guia de Recolhimento do FGTS e Informa��es � Previd�ncia (Gfip) entregue pelas empresas em 2010, mostram que quase todos os postos de trabalho criados no primeiro mandato do governo Lula foram de vencimentos baixos, de at� dois sal�rios m�nimos. Entre 2007 e 2010, houve maior oferta de empregos com remunera��o acima de tr�s m�nimos, mas a maioria (84%) foi at� essa faixa, dos quais 67% ficaram limitados a dois.


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