O presidente americano, Barack Obama, divulgar� em setembro um novo plano para criar empregos e acelerar o crescimento, mas dever� enfrentar a oposi��o republicana, pouco inclinada a apoi�-lo, 14 meses antes da elei��o presidencial. Segundo um alto funcion�rio do governo que pediu para n�o ser identificado, Obama apresentar� sua iniciativa durante um discurso que far� pouco depois de 5 de setembro, feriado do Dia do Trabalho no pa�s.
Este discurso dar� a pauta para um outono de confrontos entre o presidente e seus advers�rios republicanos em mat�ria de impostos, gastos e recupera��o econ�mica. Os detalhes do plano foram divulgados no terceiro dia de uma viagem de �nibus de Obama pelos estados do Meio-Oeste, oportunidade que aproveitou para criticar os parlamentares republicanos, particularmente o movimento Tea Party, o qual acusa de prejudicar os esfor�os de recupera��o econ�mica.
O plano inclui um compromisso de redu��o do d�ficit or�ament�rio em mais de 1,5 trilh�o de d�lares em dez anos, que dever� ser avaliado por uma comiss�o bipartid�ria criada em 2 de agosto para propor medidas para a redu��o da d�vida americana.
Segundo o funcion�rio consultado, o plano de Obama ser� elaborado visando a um esfor�o "equilibrado" para reduzir o d�ficit, que deve alcan�ar 1,6 trilh�o de d�lares este ano. Por medidas "equilibradas", Obama entende aumentar os impostos para os americanos mais ricos para complementar os cortes de gastos. Mas os republicanos s�o contr�rios a esse enfoque,
O presidente dos Estados Unidos est� cada vez mais pressionado econ�mica e politicamente. A desacelera��o do crescimento econ�mico e uma taxa de desemprego que alcan�a 9,1% comprometem suas ambi��es de reelei��o em novembro de 2012. E a nova iniciativa tem poucas chances de ser aprovada no Congresso, onde os republicanos, que det�m a maioria na C�mara dos Representantes, op�em-se frontalmente a qualquer alta dos impostos ou dos gastos.
"A pior coisa que Washington pode fazer em nossa economia � aumentar os impostos �queles que precisam come�ar a contratar", escreveram os l�deres da maioria republicana da C�mara Baixa, John Boehner e Eric Cantor, em um artigo publicado na quarta-feira pelo jornal USA Today.
Para eles, a supercomiss�o da d�vida dever� tomar decis�es "dif�ceis" com o objetivo de reduzir os gastos de programas sociais como o Medicare, o seguro de sa�de de pessoas da terceira idade, que, segundo eles, pesa sobre a d�vida de longo prazo.
"Acreditamos que podemos fazer isso sem impor aumentos de impostos, (que seriam) destruidoras de empregos", declararam. Em todo o caso, os seis delegados republicanos j� assinaram um compromisso - redigido pelo grupo de press�o Americans for Tax Reform, inimigo radical dos impostos - para votar e se opor a qualquer aumento de impostos.
Obama conclu�a nesta quarta-feira sua viagem por Minesota, Iowa e Illinois, onde pediu novamente uma amplia��o das redu��es de impostos para as classes m�dias. Tamb�m defendeu a ado��o de novas medidas para ajudar os ex-combatentes no Iraque e Afeganist�o para que encontrem trabalho e o lan�amento de obras de infraestrutura para dar emprego aos oper�rios da constru��o que foram demitidos ap�s a crise imobili�ria.
Mas seu tom foi ainda mais severo em rela��o aos republicanos. "A �nica pergunta que se faz � se, como na��o, vamos fazer o necess�rio para reativar o crescimento e dar emprego �s pessoas j�", disse Obama durante um discurso em Iowa. "A �nica coisa que nos impede adotar (leis sobre a reativa��o econ�mica e a cria��o de empregos) � um parte do Congresso, que se nega a colocar seu pa�s � frente de seu partido", disse. "E isso tem que acabar. Nossa economia n�o pode permitir isso", advertiu.