A China � a locomotiva do crescimento mundial, conforme enfatizou nesta ter�a-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audi�ncia p�blica no Senado, e o Brasil tem saldo comercial positivo com esse pa�s. "Se a China balan�ar, vai balan�ar muita gente", previu o ministro, salientando que a trajet�ria de crescimento daquele pa�s vem sendo trilhada h� mais de 30 anos. "Mas se a China balan�ar, o pre�o das commodities pode cair. Vamos ver se baixam o n�vel de atividade sem nos prejudicar", analisou.
Ainda sobre o mercado internacional, o ministro salientou que os Estados Unidos poder�o "apelar" para a terceira fase do afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em ingl�s) e que n�o h� mais espa�o naquele pa�s para redu��o dos juros. "A meu ver, a sa�da � fazer pol�tica fiscal para recuperar a economia", disse.
O reflexo dessa situa��o mundial sobre o Brasil, segundo Mantega � que o pa�s ter� de "pagar o pre�o" de ter de trabalhar com uma enxurrada de d�lar no mundo. Por isso, segundo ele, medidas de controle de capital continuar�o a ser tomadas se for identificada a necessidade dessa a��o. "Medidas n�o se anunciam, se fazem", voltou a dizer.
Na avalia��o de Mantega, desde 2008, o governo est� adotando medidas ligadas ao IOF (Imposto sobre Opera��es
O ministro disse ainda que os juros brasileiros, mais elevados do que na maior parte do mundo, s�o "atrativos fant�sticos", principalmente quando vistos a partir de pa�ses que n�o ganham nada com juros. "No Jap�o, por exemplo, aplicar o dinheiro no Brasil � uma maravilha." Mesmo assim, conforme Mantega, ao decidir sobre o rumo da pol�tica monet�ria, o Banco Central n�o pode se ater apenas para quest�es de arbitragem. "� preciso olhar para outros pontos tamb�m, principalmente a infla��o", considerou.
PIB
Mantega afirmou que, se houver piora do cen�rio internacional, o governo adotar� medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Se o PIB estiver abaixo do que estamos trabalhando temos muitas armas monet�rias. Os juros e os compuls�rios podem ser usados para n�o deixarmos a economia cair abaixo do que estamos trabalhando", afirmou.
O ministro previu que a economia brasileira dar� sinais de menor acelera��o no terceiro trimestre e voltar� a acelerar no per�odo de outubro a dezembro. "De fato, a economia vem se desacelerando. O pr�prio governo promoveu isso", disse. Mantega salientou que, no ano passado, a economia estava muito acelerada e a infla��o, em eleva��o. "Por isso, o governo tomou v�rias medidas para desacelera��o, mas sem derrubar economia", enfatizou.
Esta trajet�ria j� era esperada pelo governo, conforme o ministro. Segundo ele, a expans�o no ano passado era de 7,5% e, agora, a trajet�ria � de 4,5%. "Um PIB de 4% n�o � mau para um ano de transi��o e para hist�ria do Brasil", avaliou.
Apesar dessa estimativa de desaquecimento, Mantega n�o enxerga impactos sobre a arrecada��o. "N�o haver� impacto na arrecada��o. Ela � consequ�ncia do que aconteceu em 2010 e tem a ver tamb�m com o fato de o Refis de 2009 ter come�ado a funcionar agora." Tampouco, o ministro v� problemas nas contas p�blicas. Para ele, as despesas est�o equilibradas.