Res�duos de produtos qu�micos perigosos tanto para o meio ambiente quanto para a sa�de foram encontrados em produtos de 14 grandes marcas de roupa, denunciou nesta ter�a-feira a organiza��o ambientalista Greenpeace em seu relat�rio "Roupa suja 2".
An�lises em amostras de roupa de marcas como Adidas, Uniqlo, Calvin Klein, H&M, Abercrombie & Fitch, Lacoste, Converse e Ralph Lauren evidenciaram a utiliza��o de produtos qu�micos conhecidos como nonilfen�is-etoxilados em sua fabrica��o, alertou a organiza��o.
O ativista do Greenpeace Li Yifang disse que o nonilfenol etoxilado, comumente usado em detergentes industriais e na produ��o de t�xteis naturais e sint�ticos, foi detectado em dois ter�os das amostras analisadas. "O nonilfenol etoxilado tem propriedades t�xicas, persistentes, e causa transtornos hormonais", disse Li � imprensa, em Pequim. "Ele mimetiza os horm�nios femininos, altera o desenvolvimento sexual e afeta os sistemas reprodutivos", assegurou.
Aos componentes deste produto qu�mico se deve a estendida "feminiza��o" de peixes machos em partes da Europa, bem como transtornos hormonais em alguns mam�feros, segundo a WWF, outra organiza��o protetora da biodiversidade. O
"At� mesmo em baixos n�veis representam uma amea�a para o meio ambiente e para a sa�de humana", disse Li. "N�o � s� um problema para o desenvolvimento dos pa�ses onde � fabricada" a roupa. � que na lavagem, estas pe�as desprendem n�veis residuais de nonilfenol etoxilado, o que afeta os pa�ses onde de fato seu uso � proibido, alertou. O uso destes produtos qu�micos � restrito na Europa.
Por ocasi�o da divulga��o do informe, ativistas do Greenpeace entraram em uma loja da Adidas em Hong Kong para pedir � marca que elimine o uso de produtos qu�micos perigosos em seus produtos e para que seus clientes potenciais pensem antes de comprar seus produtos.
A Adidas tamb�m esteve na mira do relat�rio anterior do Greenpeace, intitulado "Roupa suja", divulgado no m�s passado, no qual acusou o fabricante de contaminar grandes rios da China com dejetos qu�micos. Doze ativistas do Greenpeace vestidos com uniforme de �rbitros de futebol entraram, em meio a apita�os, em uma das lojas mais movimentadas da Adidas, na cidade do sul da China.
Ali, distribu�ram panfletos da campanha aos clientes e exibiram cart�es amarelos para os funcion�rios da loja, pedindo � marca que "jogue limpo". Oito amostras de �gua, coletadas nas duas f�bricas situadas nos deltas dos rios Yangtz� e P�rola, cont�m um "coquetel de subst�ncias qu�micas perigosas", alertou a ONG no relat�rio do m�s passado.
Nike e Puma, outras grandes marcas de roupa esportiva, asseguraram desde ent�o que eliminar�o o uso de agentes qu�micos t�xicos de seus produtos at� 2020, mas a Adidas n�o o fez, segundo a porta-voz do Greenpeace, Vivien Yau. A Adidas Hong Kong n�o respondeu aos telefonemas para fazer coment�rios.
Mas a empresa havia dito anteriormente que utiliza o grupo Youngor, um dos fabricantes acusados, apenas para cortar e costurar as pe�as, e n�o para fabric�-las, embora tenha pedido a Youngor que investigue as den�ncias do Greenpeace. A companhia acrescentou, ainda, que tem uma pol�tica de evitar subst�ncias perigosas. No entanto, Yau disse que como segunda maior marca de roupas esportivas, a "Adidas tem a obriga��o de desintoxicar sua cadeia de fornecimento mundial". "At� agora, a marca n�o fez nada, apesar das nossas demandas repetidas, o que realmente � inaceit�vel", destacou.