A estabilidade na taxa de desemprego das sete regi�es metropolitanas pesquisadas pela Funda��o Sistema Estadual de An�lise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) levanta d�vidas sobre o comportamento do mercado de trabalho no segundo semestre deste ano. Tradicionalmente, este semestre costuma apresentar queda na taxa de desemprego, j� que as empresas aumentam as contrata��es para atender �s vendas relacionadas ao fim de ano e ao 13.º sal�rio. Essa queda normalmente come�a em maio e junho, mas neste ano ainda n�o ocorreu.
Em julho, a taxa de desemprego nas sete regi�es permaneceu inalterada em 11% pelo terceiro m�s consecutivo. No ano passado, o desemprego estava em 13,2% em maio e caiu para 12,7% em junho e 12,4% em julho. Para a economista do Dieese, Patricia Costa, a tend�ncia � de que, cada vez mais, as taxas de 2011 se aproximem das registradas em 2010 e interrompam a trajet�ria de queda interanual verificada nos �ltimos anos.
"A tend�ncia � de que a taxa de desemprego caia no segundo semestre, mas considerando a atual conjuntura h� d�vida
Entre os indicadores que confirmam essa desacelera��o no mercado de trabalho est�o o n�vel de ocupa��o, o rendimento e a massa de rendimento. Em julho, o n�vel de ocupa��o nas sete regi�es metropolitanas cresceu 0,3%, desempenho avaliado como est�vel. Na compara��o com o mesmo m�s de 2010, o n�vel de ocupa��o aumentou 2,7% - �ndice que j� foi de 4,1% en julho de 2010, comparativamente a julho de 2009.
O rendimento m�dio dos ocupados caiu 0,5% em junho ante maio e passou a equivaler a R$ 1.356. Foi a oitava queda consecutiva nesta base de compara��o. Embora no conjunto das sete regi�es ainda apresente alta de 0,5% em rela��o a junho de 2010, o rendimento j� apresenta redu��es consider�veis nessa base de compara��o em Belo Horizonte (-7,4%), Salvador (-6,7%) e Distrito Federal (-3,6%). J� a massa de rendimentos vem desacelerando na compara��o interanual h� sete meses consecutivos. Na compara��o com junho de 2010, a massa cresceu 3 1%, varia��o que j� chegou a 13,9% em dezembro de 2010, comparativamente a dezembro de 2009.
Contrata��o
Outro dado que indica desacelera��o no mercado de trabalho � o crescimento - desde mar�o - nas contrata��es de trabalhadores aut�nomos. O aumento foi de 0,6% em julho ante junho, enquanto o n�mero de contrata��es de trabalhadores com carteira assinada caiu 0,2% no per�odo. Os trabalhadores sem carteira assinada tiveram desempenho est�vel em julho ante junho, mas v�m apresentando crescimento nos �ltimos meses.
"Esses dados refletem as incertezas dos empregadores, que preferem n�o se comprometer com a contrata��o de trabalhadores com carteira", diz o economista da Funda��o Seade, Alexandre Loloian. "Os dados da pesquisa referendam a nossa avalia��o de que o governo n�o deve for�ar a barra", disse Loloian, em refer�ncia ao conservadorismo da pol�tica monet�ria do Banco Central (BC). "� importante que a pol�tica econ�mica n�o comprometa os �ltimos resultados positivos verificados no comportamento do desemprego", complementou Patr�cia.