A alta de 0,07% no �ndice de Pre�os ao Produtor (IPP) em julho ante junho, ap�s uma queda de 0,65% na leitura anterior, n�o significar� uma press�o maior no atacado e, consequentemente, na infla��o ao consumidor, afirmou nesta quinta-feira Alexandre Brand�o, gerente do �ndice na Coordena��o de Ind�stria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A infla��o medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) registra uma alta de 6,87% em 12 meses at� julho. No mesmo per�odo, a infla��o medida pelo IPP acumula uma alta de 4,87%.
"O IPCA tem v�rias outras vari�veis que n�o existem no IPP. Tem a taxa de servi�os, a de importa��o. O IPP � a produ��o interna da ind�stria. Ent�o, a gente n�o pode fazer esse elo direto", explicou Brand�o.
O gerente do IBGE tamb�m salientou que o impacto da valoriza��o cambial � maior em alguns setores medidos pelo IPP, ao contr�rio do que ocorre no IPCA. "No IPP, h� setores em que o d�lar � fundamental, setores que s�o mais abertos", contou. O IPP mede a evolu��o dos pre�os de produtos "na porta de f�brica", sem impostos e fretes, de 23 setores da ind�stria de transforma��o.
Alimentos e outros produtos qu�micos
O impacto da alta 1,35% nos pre�os dos alimentos em julho no IPP foi reduzida pelo recuo de 2,21% do setor de outros produtos qu�micos, informou hoje o IBGE. Enquanto a alta dos alimentos teve uma contribui��o positiva de 0,24 ponto porcentual na forma��o do �ndice, a queda dos outros produtos qu�micos teve impacto negativo de 0,25 ponto.
"Os alimentos puxaram para cima, mas os outros produtos qu�micos puxaram para baixo, ent�o esses movimentos quase que se compensaram. O resultado final vai se dever � fabrica��o de bebidas e prepara��o de couros e peles", disse Brand�o.
O gerente do IBGE explicou ainda que a alta dos alimentos foi puxada basicamente pelo pre�o do a��car, que aumentou em raz�o da maior demanda, apesar do per�odo da safra. J� a queda em outros produtos qu�micos � causada por uma maior oferta dos produtos polipropileno, etileno e propeno em n�vel mundial, o que fez os pre�os ca�rem.
No caso das bebidas, que subiram 1,89% em julho, com impacto de 0,05 ponto porcentual no IPP, a explica��o est� no in�cio da cadeia produtiva. "O xarope para prepara��o de bebidas subiu, o que tamb�m repercutiu na fabrica��o dos refrigerantes", contou Brand�o.
Em rela��o aos artigos de couro, a principal raz�o do aumento de 2,65% em julho, com impacto de 0,04 ponto porcentual no IPP, foi o aumento de pre�os em d�lar do couro. "Os produtores conseguiram vender o couro no mercado internacional em d�lar com valor maior do que no m�s anterior. Foi uma negocia��o de pre�o. A alta do pre�o em d�lares compensou a valoriza��o cambial no per�odo, que foi mais branda", disse o gerente do IBGE.