
Jeceaba - A Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB), uma empresa formada pela francesa Vallourec (56%) e a japonesa Sumitomo (44%), foi inaugurada nessa quinta-feira em Jeceaba (Campos das Vertentes), com mudan�as em rela��o � estrat�gia anunciada. Os investimentos chegaram a R$ 5 bilh�es, o dobro da previs�o inicial. Um dos respons�veis pelo aumento foi a constru��o de uma pelotizadora dentro do complexo sider�rgico, que vai produzir 1,36 milh�o de toneladas para abastecer a nova usina e a unidade da Vallourec na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte.
Outra altera��o se refere ao mercado consumidor. Toda a produ��o, ou seja, 600 mil toneladas de tubos de a�o, ser� exportada e n�o mais vislumbrar� a demanda do mercado dom�stico. A expectativa era que os tubos de a�o de alta resist�ncia fossem usados na explora��o do pr�-sal e at� mesmo em obras da Copa do Mundo. "� vontade das duas empresas (Vallourec e Sumitomo) crescer no mercado internacional", disse Fl�vio Azevedo, presidente dos conselho de administra��o da VSB e da Vallourec Mannesmann do Brasil (VMB). A plena capacidade ser� atingida no segundo semestre de 2012. S� ent�o, informou o executivo, os 30% da produ��o total da VMB, que � de 5,5 milh�es de toneladas, deixar�o de ser exportadas para atender a demanda brasileira.
A transfer�ncia faz parte de uma estrat�gia que Azevedo admite que pode ser revertida. "Com o in�cio da explora��o do pr�-sal (prevista para 2014), a estrat�gia pode mudar, mas n�o � a ideia de agora", afirmou Azevedo.
A presidente Dilma Rousseff (PT) destacou no discurso, durante a solenidade de inaugura��o, a import�ncia de se agregar valor a produtos b�sicos. "O Brasil, produtor de min�rio de ferro, havia parado de investir em siderurgia. Nesse momento, participamos da inaugura��o de uma sider�rgica de tecnologia avan�ada e que agrega valor em nosso territ�rio", afirmou. Ali�s, esse era um pedido do governo ao ex-presidente da Vale Roger Agnelli, que culminou em sua sa�da. "Ficamos orgulhosos em saber que nosso min�rio se transforma em tubos para explorar petr�leo e g�s pelo mar afora", refor�ou o governador Antonio Anastasia (PSDB).

Tamb�m participaram da inaugura��o da VSB o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel (PT); o governador Antonio Anastasia (PSDB); o CEO da Vallourec, Philippe Crouzet; o CEO da Sumitomo, Hiroshi Tomono; representantes da Fran�a e do Jap�o e outras autoridades pol�ticas.
Competitividade
Os l�deres das gigantes francesas e japonesas preferiram n�o comentar o impacto da crise econ�mica mundial nos neg�cios. Destacaram, contudo, que a competitividade da unidade de Jeceaba � "excepcional" e, por isso, vai aprimorar os resultados mundiais dos conglomerados. O complexo sider�rgico est� pr�ximo dos fornecedores de min�rio de ferro e carv�o, mat�rias-primas fundamentais no processo de produ��o. � cortado por ferrovias, que seguem para os portos do Rio de Janeiro, S�o Paulo e Esp�rito Santo. Tem ainda a vantagem de contar com g�s natural e linhas de energia de alta tens�o.
Dilma enfrenta cobran�a
Jeceaba - A c�pula da joint venture formada pela francesa Vallourec e a japonesa Sumitomo cobrou nessa quinta-feira da presidente Dilma Rousseff a redu��o de impostos no pa�s, uma taxa de c�mbio que favore�a as exporta��es e medidas contra o que foi chamado de "com�rcio predat�rio". "Esperamos que o governo n�o se afaste da decis�o de manter o apoio ao crescimento sustent�vel do Brasil", disse o presidente da joint venture, Fl�vio Azevedo.
No mercado mundial, o pa�s mais criticado por pr�ticas desleais de com�rcio � a China, que mant�m c�mbio baixo artificialmente e paga sal�rios tamb�m baixos. O presidente executivo da Vallourec, Philippe Crouzet, tamb�m criticou o "com�rcio predat�rio". Ambos, por�m, evitaram citar pa�ses que adotam a pr�tica.
Ao discursar, a presidente Dilma n�o fez men��o �s cobran�as dos executivos, mas aproveitou a plateia formada por cerca de 650 empres�rios brasileiros, franceses e japoneses para afirmar que o Brasil est� preparado para enfrentar a crise econ�mica que, para ela, est� em fase "cr�nica". "Queria manifestar a imensa preocupa��o do governo do Brasil com as consequ�ncias da crise de 2008, que culminou com a quebra Lehman Brothers, e que agora atinge fase cr�nica, com pa�ses da Europa, alguns da �frica, Estados Unidos."
A presidente destacou que, apesar de a crise afetar a demanda do mercado internacional e consequentemente a economia brasileira, o pa�s n�o precisar� usar recursos or�ament�rios para combat�-la. "Temos reserva. S�o R$ 420 bilh�es de dep�sitos compuls�rios e U$ 350 bilh�es de reservas cambiais. Isso � uma demonstra��o de que, para o Brasil tomar qualquer medida de defesa do nosso cr�dito, n�o precisa usar recursos fiscais. Os senhores sabem da dificuldade que os pa�ses ricos est�o tendo porque comprometeram seu or�amento para salvar a economia", disse.
Clima
Dilma chegou acompanhada do governador Antonio Anastasia (PSDB) e do ministro do Desenvolvimento Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel (PT). Vieram de Belo Horizonte em dois helic�pteros. Antes de discursar, ela visitou as instala��es da VSB e tirou fotos com a equipe feminina da sider�rgica.
Iniciou seu discurso lembrando que o pai trabalhou na Mannesmann, que foi comprada pela Vallourec. "Foi um momento muito especial para o Brasil. A inaugura��o da empresa pelo presidente Get�lio Vargas marcou o in�cio da industrializa��o no nosso pa�s. Portanto, � momento a ser sempre lembrado", comentou. Dilma discursou por 15 minutos e saiu sem falar com a imprensa.