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Estado de Minas

Natal: importados prejudicam a produ��o industrial

Atingido em cheio pelo d�lar baixo, que favorece a entrada de importados, setor contabiliza menos encomendas e Fiemg j� prev� queda de 5% em rela��o ao mesmo per�odo de 2010


postado em 04/09/2011 07:08 / atualizado em 04/09/2011 15:08

Luís Carlos Moreira, Proprietário da Covenant(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Lu�s Carlos Moreira, Propriet�rio da Covenant (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Chilenos, argentinos, italianos, franceses e especialmente chineses, os importados est�o por toda parte. Para o bem ou para mal, o d�lar em baixa vai fazer com que eles tenham papel decisivo no per�odo de vendas do ano mais aguardado pelo com�rcio e ind�stria, o Natal. Apesar de a corrida �s lojas estar muito distante, para que os produtos cheguem at� as g�ndolas e recheiem os estoques dos estabelecimentos comerciais, os preparativos come�am j�.

De um lado da balan�a, a ind�stria recebe encomendas e estima amargar preju�zos com o acirramento da concorr�ncia, enquanto do outro, importadoras e supermercados comemoram o c�mbio baixo e aproveitam para aumentar em mais de 20% as compras de itens de fora. A intensidade com que o p�ndulo oscilar� para um lado ou para o outro vai depender do comportamento do consumidor.

O cen�rio deve continuar negativo para a ind�stria nacional, que recebe encomendas do com�rcio e varejo desde agosto e est� contratando pessoal para o per�odo de maior produ��o, que come�a na segunda quinzena deste m�s e segue at� novembro. Ao contr�rio do esperado, as f�bricas n�o v�o trabalhar a todo vapor.

Essa � a expectativa da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que estima queda da atividade industrial em rela��o ao Natal passado. “Este Natal ser� mais fraco. Estimamos queda de 5% no setor”, avalia o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica da Fiemg, Lincoln Gon�alves Fernandes. “Se houver recupera��o do consumo, a tend�ncia � de que seja absorvida pelo produto importado, em fun��o do c�mbio baixo e dos pre�os baratos”, avalia Lincoln.

Os segmentos que mais devem sofrer com a concorr�ncia acirrada s�o os de cal�ados, confec��es, brinquedos e eletroeletr�nicos. Ao contr�rio de 2010, quando houve temor de as prateleiras ficarem vazias �s v�speras de 25 de dezembro por conta da forte demanda, este ano o cen�rio � outro. “N�o h� risco de faltarem produtos porque a capacidade ociosa da ind�stria aumentou”, avalia Lincoln.

A ind�stria nacional aposta em produtos diferenciados e mais artesanais para driblar a concorr�ncia, principalmente dos chineses. Quem diria, o concorrente asi�tico coloca at� mesmo os fabricantes de biqu�ni, �cone da moda brasileira, com as barbas de molho. “No nosso caso, o movimento sempre foi inverso. O pessoal l� de fora � que compra biqu�ni aqui. Mas ouvi falar que a moda praia chinesa est� chegando”, afirma Mara Borges, diretora de marketing da Cila, ind�stria de moda praia e de gin�stica, com a marca Jump.

No segmento de bolsas, cal�ados e tecidos, os chineses s�o a pedra mais antiga no sapato. “O d�lar mais baixo pode criar mais dificuldades para o setor e atrapalhar as vendas de alguns produtos”, afirma Gilson Oliveira, vice-presidente do Sindicato da Ind�stria de Cal�ados de Minas Gerais (Sindical�ados-MG). Analisando o cen�rio de forma otimista, ele estima crescer entre 4% e 5% no Natal deste ano, na compara��o com 2010. “Mas se empatar est� positivo”, diz Oliveira.

JUROS

Se de um lado a concorr�ncia de importados e a crise internacional desanimam as ind�strias, a queda na taxa b�sica (Selic) de juros anunciada pelo governo na semana passada traz novo f�lego para o Natal. “Os juros mais baixos d�o mais confian�a para o consumidor comprar. Eu estava preocupado com a crise internacional, que traz efeito cascata no consumo”, afirma Michel Aburachid, presidente do Sindicato da Ind�stria do Vestu�rio de Minas Gerais (Sindivest-MG).

Mas os chineses ainda incomodam as confec��es. “Quanto mais baixo o d�lar, maior a entrada de chineses aqui. E eles est�o aperfei�oando os produtos para concorrer com a gente. Uma estrat�gia que muitas f�bricas nacionais t�m adotado � trocar a cole��o com mais frequ�ncia, de tr�s a quatro vezes ao ano”, afirma. Setores mais personalizados, como de uniformes, sofrem menos com a concorr�ncia de importados.

As bolsas para as classes A e B s�o mais afetadas pela concorr�ncia de marcas internacionais, avalia Lu�s Carlos Moreira, diretor da Covenant, f�brica mineira de sapatos e bolsas femininas. A bolsa para a classe A comercializada pela ind�stria tem valor m�dio de R$ 1 mil. “Acaba sendo concorrente direta de grandes marcas internacionais”, diz. J� a bolsa para a classe C, vendida a valor m�dio de R$ 360, concorre com os artigos chineses. “Temos investido mais em produtos artesanais para nos diferenciar. � uma forma de sair um pouco da concorr�ncia e agregar mais valor �s mercadorias”, diz Moreira. Para ganhar competitividade no Natal deste ano, a Covenant fechou negocia��es com grandes clientes. “� uma forma de suprir o desaquecimento do mercado e a queda do d�lar”, explica Moreira.


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