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Estado de Minas

Reajustes da carne e dos alugueis impulsionam alta dos pre�os em BH

Alta nos pre�os medida pelo IBGE chega a 7,23% em 12 meses e � a maior desde 2005 no pa�s


postado em 07/09/2011 07:35 / atualizado em 07/09/2011 07:44

O drag�o parecia ter diminu�do seu poder de fogo, mas em agosto – a quatro meses do fim do ano, per�odo em que a infla��o � tradicionalmente mais pressionada – voltou a ganhar f�lego. Desde janeiro, o crescimento do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), era menor a cada m�s. Foi em agosto que o indicador deu um salto, com varia��o mais que duas vezes acima do m�s anterior, ao registrar eleva��o de 0,37%. O principal vil�o foi a carne, com alta de 1,84%, item que exerceu o principal impacto individual no IPCA, com 0,04 ponto. Em segundo lugar veio o aluguel residencial, com participa��o de 0,03 ponto e expans�o de 1,06% no m�s.

No acumulado dos �ltimos 12 meses a taxa j� chega a 7,23% no Brasil, a maior desde junho de 2005. O momento � decisivo para a economia nacional, uma vez que se tornam cada vez menores as esperan�as de que a varia��o de pre�os se mantenha dentro do teto da meta prevista pelo Planalto – de 6,5% em 2011. Com poucos sinais de que o consumo sofra uma retra��o, o que aliviaria a demanda, e diante de uma taxa b�sica de juros reduzida a 12%, contra 12,5% h� uma semana, analistas estimam que o �ndice ir� superar o limite estabelecido pelo minist�rio da Fazenda. A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte supera a m�dia nacional, batendo os 7,51% nos �ltimos 12 meses.

Dos nove itens avaliados na Grande BH, apenas um, o de transportes, apresentou defla��o em agosto, de 0,01%. Em sentido contr�rio, o grupo alimenta��o e bebidas, que havia apresentado queda de 0,31% em julho, voltou a subir em agosto, chegando a 0,82%. O item alimenta��o em domic�lio apresentou alta de 1,1% com destaque para cereais, leguminosas e oleaginosas (+2,7%), a��cares e derivados (+3,31%), hortali�as e verduras (3,61%), frutas (7,78%) e carnes (+1,92%). Com o resultado, o �ndice fechou o m�s com varia��o de 0,45%, contra 0,11%, em julho.

“O pre�o dos alimentos voltou a pressionar a infla��o. Arroz e feij�o tamb�m subiram 3,17% e 2,06% respectivamente”, avalia o analista do IBGE em Minas Gerais, Antonio Braz. No caso do a��car, com alta de 3,31%, a forte demanda no cen�rio internacional � uma das alavancas para a alta.

No caso da carne, o problema � exatamente o contr�rio. O produto inicia seu per�odo de entressafra, impulsionada pela seca. Em julho, o item havia apresentado defla��o de 0,66% e agora come�a a tra�ar um caminho de alta que, se for semelhante ao do ano passado, deve seguir at� dezembro. Desde novembro de 2010 a carne n�o registra uma eleva��o de pre�os t�o expressiva na Grande BH: 1,84%. Entre os 14 cortes pesquisados na RMBH, somente o bacalhau, com queda de 0,69% e o frango em peda�os (-1,84%) ajudaram a suavizar o peso da carne no or�amento familiar.

Mesmo que ainda tenha conseguido segurar os pre�os at� agora, o propriet�rio da Casa de Carne Harmonia, Rodrigo Afonso Can�ado, reconhece que os reajustes j� devem come�ar na pr�xima semana. “A entressafra do produto come�a mesmo nesta �poca. J� recebemos o quarto do boi mais caro, de R$ 7,50 para R$ 7,70”, calcula.

O propriet�rio do a�ougue Montes Claros, Geraldo Ot�vio Leite tamb�m n�o reajustou os pre�os. Ainda. “A carne de boi vai subir entre 10% e 20%, mas acredito que seja a partir de outubro”, prev�. Enquanto isso, uma das alternativas parece estar na carne de porco. Apesar de o IBGE registrar infla��o de 2,81% para o item em agosto, os empres�rios do setor garantem que a alta registrada no in�cio do �ltimo m�s j� foi revertida. “O quilo de porco, que compr�vamos por R$ 4,50, agora est� em R$ 3,80”, conta.

A copeira Adriana Bonif�cio Gabriel diz que ainda sente no bolso a forte alta do produto registrada no final do ano passado. “Tivemos que diminuir a quantidade e substituir por outras alternativas, como a sardinha”, conta.

Aluguel d� um salto

Se a casa pr�pria � sonho antigo, o pesadelo de quem � inquilino fica cada vez mais sombrio. O aluguel residencial na RMBH teve a maior alta mensal dos �ltimos cinco anos (2,20%), e � o que mais cresceu no Brasil em agosto. No acumulado do ano, a regi�o metropolitana da capital mineira mant�m o primeiro lugar no ranking, com varia��o de 11,24%, bem acima de Recife, a segunda colocada, cujos inquilinos pagam hoje 9,07% a mais que em janeiro, ou a m�dia nacional, de 7,48%.

Os n�meros de agosto mostram que o bolso do inquilino que mora na Grande BH � o que mais sofre no pa�s com reajustes. A varia��o corresponde a mais que o dobro da m�dia nacional, de 1,06%. Segundo Antonio Braz, do IBGE, o movimento � reflexo do aquecimento do mercado: “Os donos de im�veis repassam a corre��o dos valores para os inquilinos, diretamente”.

Belo Horizonte vive um momento de ajuste, na vis�o de Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da C�mara do Mercado Imobili�rio e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobili�rio de Minas Gerais. “O mercado cobra a diferen�a e rev� a defasagem”. A tend�ncia � que, com o vencimento dos contratos de 30 meses, o aluguel dos im�veis seja reajustado de 30 a 50%.

Foi o que aconteceu com o designer de produtos Igor Villas Boas. O aluguel de R$ 1,1 mil que ele paga no apartamento de 120 m² em que mora, no Bairro Santo Agostinho, subiu para R$ 1,4 mil, depois de conversas com a propriet�ria. “Estava defasado com rela��o aos valores de aluguel de im�veis na regi�o. Nas minhas pesquisas, encontrei im�veis do tamanho do meu entre R$1,7 mil e R$2,2 mil. Chegamos a um consenso: tivemos um reajuste razo�vel, dentro do que eu poderia pagar”.

A press�o dos pre�os tamb�m foi fator que impulsionou as �ltimas tr�s mudan�as da estudante Mariana Mattar Prazeres dos Santos, que mora no Centro. “Os pre�os dos alugueis ficavam cada vez mais caros, ent�o eu preferia me mudar, a partir dos vencimentos dos contratos, para apartamentos de pre�os melhores”. A mudan�a, que j� � dor de cabe�a por si s�, � outro item que registrou press�o acima da m�dia, no �ndice de agosto do IBGE. Sofreu aumento de 6,9%.


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