A ind�stria vem perdendo participa��o na economia brasileira e, tamb�m, nos principais pa�ses da Am�rica Latina. Segundo o estudo Desempenho da Cadeia de Valor Metalmec�nica Latino-Americana, da Funda��o Centro de Estudos do Com�rcio Exterior (Funcex), a participa��o da ind�stria manufatureira do Brasil em rela��o ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 foi 15,8%, percentual igual ao de 2009, mas inferior aos 19,2% registrados em 2004.
O mesmo fen�meno vem ocorrendo, segundo conclus�o do estudo, em pa�ses como a Argentina, Col�mbia e M�xico. A participa��o da ind�stria mexicana no PIB caiu tr�s pontos percentuais entre 2000 e 2010 (de 20% para 17%). “A desindustrializa��o � uma realidade que passa pela perda da competitividade seja pelo c�mbio, tributa��o, assimetria competitiva ou pela guerra comercial com a China, principalmente”, disse o presidente do Conselho Diretor do Instituto A�o Brasil, Andr� Johannpeter.
Para Johannpeter, cuja fam�lia � a principal acionista do Grupo Gerdau, se o governo n�o pode promover mudan�as na pol�tica de c�mbio, que se encontra desfavor�vel �s exporta��es por causa da valoriza��o do real, pode atuar em outras frentes. “Se o c�mbio vai ser esse e a dificuldade para competir vai ser essa, h� outras �reas que podem ser mexidas, como a tribut�ria, o custo de energia, que � o terceiro mais caro do mundo, os encargos trabalhistas e a competi��o desleal”, disse ele.
Em 2005, Argentina, Brasil, Col�mbia e M�xico exportaram cerca de US$ 1 bilh�o para a China em produtos metalmec�nicos e importaram US$ 18,3 bilh�es. Em 2010, o valor das exporta��es praticamente dobrou. No entanto, as importa��es saltaram para US$ 59,5 bilh�es, elevando o d�ficit na balan�a comercial de US$ 17,3 bilh�es em 2005 para US$ 57,5 bilh�es no ano passado.
“Exportamos cada vez mais produtos prim�rios [para a China] e recebemos cada vez mais produtos manufaturados, o que significa que a gera��o de emprego e o valor adicionado est�o na China”, disse Germano Mendes de Paula, do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberl�ndia (MG), que apresentou o estudo.
Quase 63% do que � exportado pela China para o Brasil s�o produtos metalmec�nicos, enquanto o Brasil exporta apenas 2,5% em produtos da cadeia de metalmec�nica. O estudo tamb�m confirma a queda da participa��o dos manufaturados na pauta de exporta��es. Em 2005, os produtos manufaturados respondiam por 55% das exporta��es. No ano passado, o percentual caiu para 39%.
O presidente executivo do Instituto A�o Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse que � uma "urg�ncia monumental" o controle do processo de desindustrializa��o no pa�s. “A grande prioridade, hoje, � a defesa comercial e ela precisa ser exercida com toda plenitude para proteger o que h� de mais importante, que � o mercado interno”. Como exemplo do problema, Lopes disse que os est�dios brasileiros em constru��o ou reforma para a Copa de 2014 est�o usando a�o importado de Portugal.