Investir em uma forma��o de ensino superior resulta em ganhos futuros. A conclus�o faz parte de relat�rio divulgado hoje pela Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). Segundo o documento, no Brasil, ter curso superior resulta em um aumento de 156% nos rendimentos. � o mais alto �ndice entre todos os 30 pa�ses pesquisados.
O estudo aponta que, nos pa�ses analisados, em m�dia, um indiv�duo que concluiu a educa��o superior recebe pelo menos 50% a mais do que uma pessoa com ensino m�dio conclu�do.
De acordo com a OCDE, no Brasil, 68,2% dos indiv�duos que completaram a universidade ou um programa avan�ado de pesquisa ganham duas vezes mais que a m�dia de um trabalhador. O estudo aponta, ainda, que 30,1% dos brasileiros entre 15 e 19 anos n�o est�o estudando e que, desses, 16,1% est�o empregados, 4,3% est�o desempregados e 9,7% n�o est�o na for�a de trabalho.
A popula��o brasileira de 15 a 29 anos e com mais estudo � a que tem menor probabilidade de estar desempregada. Entre a popula��o dessa faixa et�ria que est� fora do sistema educacional, 6,2% dos graduados da educa��o superior est�o desempregados. Na mesma situa��o, est�o 10,2% dos jovens que conclu�ram o ensino m�dio e 5,58% dos que n�o conclu�ram esse n�vel de ensino.
A falta de qualifica��o de n�vel m�dio �, de acordo com o estudo, “um s�rio impedimento para encontrar emprego”. Jovens que n�o concluem o ensino m�dio e que n�o est�o estudando est�o 21 pontos percentuais menos propensos a encontrar um emprego.
A OCDE avalia que h� um “alto n�vel de vulnerabilidade” na educa��o brasileira, principalmente entre os estudantes com 15 anos de idade. Cerca de 50% deles apresenta baixa pontua��o em leitura. Entre os pa�ses que participaram do estudo, a m�dia � 19%.
Al�m disso, o risco de obter essa pontua��o baixa � uma vez e meia maior para estudantes com desvantagem de origem socioecon�mica; 1,3 para os meninos em rela��o �s meninas; e 1,3 para estudantes cujos pais t�m baixo n�vel de escolaridade.
O relat�rio aponta tamb�m que, entre 2000 e 2008, o Brasil foi o pa�s que mais aumentou os gastos por aluno da educa��o prim�ria at� o segundo ciclo da educa��o secund�ria (ensino m�dio), equivalente a uma eleva��o de 121%.
“O mundo reconhece que o Brasil fez, na �ltima d�cada, o maior esfor�o de investimento na educa��o b�sica entre todos os pa�ses avaliados [pela OCDE]”, comemorou o ministro da Educa��o, Fernando Haddad, ap�s participar da abertura de um congresso internacional sobre educa��o, ocasi�o em que comentou o relat�rio.
No entanto, a OCDE disse tamb�m que o total do produto nacional investido pelo Brasil em educa��o continua abaixo da meta da organiza��o. No Brasil, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado � educa��o cresceu 1,8 ponto percentual, passando de 3,5%, em 2000, para 5,3%, em 2008. A m�dia da OCDE ficou em 5,9% em 2008. Para Haddad, se o pa�s mantiver “o passo dos investimentos”, conseguir� alcan�ar o percentual dos pa�ses ricos.