Os pa�ses do Brics est�o em conversas iniciais a respeito de um aumento das compras de t�tulos denominados em euros em um esfor�o para amenizar a crise da d�vida na Europa, afirmou nessa ter�a-feira uma fonte do governo brasileiro. As conversas ainda est�o em "est�gio preliminar", disse a fonte, que pediu para n�o ser identificada porque as conversas ainda est�o acontecendo. A fonte disse que qualquer a��o n�o envolveria "a maioria" das reservas dos pa�ses, mas n�o deu detalhes adicionais. O Brics � formado pelo Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul.
Na semana passada, o ministro da It�lia - um dos pa�ses mais atingidos pela crise - se reuniu com o presidente do fundo soberano chin�s.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os ministros de Finan�as e os presidentes de bancos centrais do Brics v�o discutir a crise da zona do euro num encontro em 22 de setembro, em Washington. "A gente vai se reunir semana que vem e vai discutir como fazer para ajudar a Uni�o Europeia a sair dessa situa��o", disse Mantega a jornalistas em Bras�lia.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega quer, antes do encontro da pr�xima semana, conversar com seus pares dos pa�ses do Brics para afinar as eventuais propostas que possam ajudar a zona do euro, informou tamb�m nessa ter�a-feira uma fonte pr�xima ao assunto.
A crise de d�vida na zona do euro t�m sacudido os mercados globais h� mais de um ano, com o aumento das especula��es recentemente de que a Gr�cia poderia declarar morat�ria ou mesmo deixar o bloco monet�rio, formado por 17 pa�ses.
Dilma defende consumo contra a crise
Ara�atuba (SP) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nessa ter�a-feira que o pa�s deve continuar consumindo para combater a crise econ�mica internacional e refor�ou que, contra a crise, o governo federal tem feito parcerias com o governo do Estado. Durante a assinatura de mais um conv�nio com o governo paulista, desta vez no valor de R$ 1,5 bilh�o para a moderniza��o da hidrovia Tiet� Paran�, em Ara�atuba, Dilma justificou a proximidade com o governo liderado pelo tucano Geraldo Alckmin como uma forma de o pa�s se prevenir contra a crise internacional. No m�s passado, a presidente j� havia feito duas parcerias com o tucano nas �reas de programas sociais e habita��o.
“Enquanto eles discutem como fica a crise da d�vida de seus bancos, n�s estamos aqui gastando o nosso dinheiro em parcerias p�blico-privadas, em parcerias entre o governo federal e o governo estadual para criar desenvolvimento, emprego e renda para nosso pa�s”, disse Dilma, que repetiu a receita do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na crise global de 2009: “A melhor forma de resistir � crise � n�o ficar de bra�os cruzados, n�o nos atemorizar, mas continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo e assegurando as nossas ind�strias o seu componente nacional”, destacou a presidenta.
Al�m do conv�nio para a hidrovia Tiet� Paran�, que contar� com R$ 900 milh�es do PAC2 e R$ 600 milh�es do governo paulista, Dilma lan�ou a pedra fundamental para a constru��o do estaleiro Rio Tiet�, no valor de R$ 40 milh�es, por parte da empresa de log�stica da Petrobras, a Transpetro. A obra em Ara�atuba, a 560 quil�metros de S�o Paulo, tem previs�o de ser conclu�da em 2014, quando contar� com 80 embarca��es e 20 empurradores, com uma capacidade de transporte de 7,6 milh�es de litros de etanol.
Diverg�ncia global
S�o Paulo - Desde que cortou a taxa de juros em 0,50 ponto porcentual no dia 31 de agosto, o Banco Central (BC) brasileiro encontrou respaldo apenas das autoridades monet�rias da Arm�nia, Tun�sia e S�rvia, enquanto que outros 15 bancos centrais mantiveram os juros inalterados, n�o endossando o cen�rio de forte deteriora��o da economia mundial descrita pelo BC brasileiro. Entre os que decidiram esperar antes de baixar os juros para ver o que acontece com a economia global est�o o Banco Central Europeu (BCE) e os BCs da Austr�lia, do Jap�o, do Canad�, da Su�cia e do Reino Unido.
J� os BCs da Uganda e da Bielo-R�ssia elevaram fortemente a taxa b�sica de juros. "Isso � uma evid�ncia que o nosso Banco Central est� se antecipando a uma piora no cen�rio da economia internacional que, na verdade, n�o aconteceu ainda, raz�o pela qual esses outros bancos centrais ainda n�o agiram", disse o diretor de pesquisa de mercados emergentes para Am�ricas da Nomura Securities, Tony Volpon. Ele lembrou que, apesar de a fonte principal da instabilidade dos mercados financeiros mundiais ser a crise da d�vida da zona do euro, o BCE n�o cortou juros. "O que se questiona � at� que ponto um banco central deve apostar num cen�rio que n�o � aquele base do mercado e dos outros bancos centrais", acrescentou Volpon. "O BC brasileiro foi prematuro."
No centro da crise mundial, o Banco Central Europeu manteve uma avalia��o bem menos pessimista do que o BC brasileiro. Ao manter a taxa de juros da zona do euro em 1,50%, no dia 8 de setembro, o BCE disse que trabalha com um crescimento econ�mico da zona do euro ainda moderado e n�o uma recess�o, apesar das incertezas do cen�rio. E avisou: "Permanece essencial para a pol�tica monet�ria focar no seu mandato de manter a estabilidade de pre�o no m�dio prazo".