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Estado de Minas

Queda do pre�o da gasolina ainda n�o chegou ao consumidor

Apesar de custo da gasolina ter ca�do para distribuidoras e revendedoras em Minas, repasse da queda para consumidor n�o ocorreu e empres�rios acabam ficando no "lucro"


postado em 15/09/2011 06:00 / atualizado em 30/09/2011 12:19

O filosofo Olney Simões não se lembra da última vez que encheu o tanque com álcool(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press. )
O filosofo Olney Sim�es n�o se lembra da �ltima vez que encheu o tanque com �lcool (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press. )
A esperan�a dos consumidores de ver os pre�os da gasolina caindo nas bombas parece cada vez menor. O cen�rio desenhado no m�s passado previa queda acentuada dos combust�veis em Minas neste m�s diante da volta |� normalidade das opera��es da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, que, durante a parada t�cnica para manuten��o em agosto, obrigou as distribuidoras a buscar combust�vel em estados vizinhos, encarecendo o custo do produto em R$ 0,06 em m�dia no estado. Mas, ao contr�rio do esperado, o que se observa nos postos � a manuten��o dos pre�os.

Empres�rios do setor minguam ainda mais as expectativas dos motoristas de encherem o tanque a uma m�dia de R$ 2,779 registrada em julho, per�odo anterior � paralisa��o do abastecimento vindo da Regap. “Pode ser que o pre�o n�o retorne ao que era antes porque chegou pr�ximo ao valor que deveria ser para remunerar o neg�cio. A distribuidora tamb�m n�o reduziu o valor desde que a Regap voltou a funcionar normalmente”, afirma o gerente do posto Wilson Piazza de bandeira Shell, Carlos Piazza. At� a alta recente do d�lar virou justificativa para evitar os cortes. “� isso que alegaram”, afirma o gerente do posto Lourdes, de bandeira BR, Jaime Reis.

Os n�meros apresentados em pesquisa da Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) comprovam que a alta em agosto n�o foi escalonada somente pelas distribuidoras, e sim dividida com as revendedoras. Comparativo mostra que o reajuste m�dio das distribuidoras foi de R$ 0,034 entre a �ltima pesquisa da ANP, de 4 a 10 de setembro, e a m�dia de pre�os de julho. Enquanto isso, o repasse para as bombas foi de R$ 0,06 no mesmo per�odo, o que significa que cada etapa da cadeia de abastecimento embolsou e continua a absorver metade da alta. O Minaspetro, representante das revendedoras, e o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combust�veis e de Lubrificantes (Sindicom) n�o retornaram o pedido da reportagem para comentar o assunto.

A ag�ncia reguladora tamb�m confirma que o esperado recuo dos pre�os ao consumidor a partir de 1º de setembro n�o se concretizou. Distribuidoras e revendedoras mantiveram os valores cobrados em agosto mesmo diante da redu��o do frete, j� que n�o � mais necess�rio buscar o produto nas refinarias de Duque de Caxias (RJ) e Paul�nia (SP) como ocorreu no �ltimo m�s. Na pesquisa dos dias 28 de agosto a 3 de setembro, a ANP registrou valores m�dios da gasolina em R$ 2,835 no estado e de R$ 2,828 na capital. Na semana seguinte, entre 4 e 10 de setembro, os resultados praticamente se repetiram, ficando em R$ 2,837 e R$ 2,824, respectivamente.

O site de pesquisas Mercado Mineiro confirma o comportamento decepcionante dos pre�os. “O custo n�o caiu como deveria. Em agosto houve alta de 2%, mas no �ltimo levantamento, em setembro, a queda foi de apenas 0,11% ”, avalia o diretor do site, Feliciano Abreu. O pre�o m�dio saiu de R$ 2,823 para R$ 2,820 no per�odo.

O fil�sofo Olney Sim�es Freitas j� se mostra conformado com este cen�rio. “A alta a gente sempre v�, mas a queda n�o”, afirma. Diante do pre�o na bomba de R$ 2,949, o dentista Gustavo Luiz Botelho Ara�jo desistiu de encher o tanque. “Coloquei apenas R$ 50. Compensaria encher se voltasse para a casa dos R$ 2,49”, calcula. Apesar de terem carros flex, nem Olney nem Gustavo se lembram da �ltima vez que o tanque recebeu �lcool. “Nem olho mais o pre�o porque sei que n�o compensa”, lamenta o fil�sofo.

ETANOL NA BERLINDA


Se o cen�rio continuar como est�, dificilmente o etanol voltar� a ser vantajoso frente � gasolina. A entressafra est� prestes a come�ar e os pre�os j� d�o sinal de alta. Pesquisa do Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Esalq/USP) revela varia��o de 6,5% nos pre�os do �lcool anidro entre a segunda semana de agosto e a primeira de setembro, passando de R$ 1,31 para R$ 1,39. O mesmo aconteceu com a vers�o hidratada, aquela misturada na gasolina. A varia��o de pre�os no mesmo per�odo foi de 5,85%. O repasse da alta de custos para as bombas j� foi sentido pela pesquisa do Mercado Mineiro. O pre�o m�dio do �lcool, que era de R$ 2,103 em 23 de agosto, passou para R$ 2,157 em 6 de setembro, alta de 2,57%. “O motorista n�o tem op��o de correr para o �lcool”, observa Feliciano. Por conta da manuten��o da forte demanda sobre a gasolina, o especialista avalia que n�o h� interesse no recuo dos pre�os.

Somada a isso, a entressafra da cana-de-a��car tamb�m tem reflexos diretos no pre�o da gasolina, que tem em sua composi��o 25% de �lcool hidratado que, a partir de 1º de outubro, cair� para 20%. A alternativa � pesquisar j� que a diferen�a de pre�os entre o posto que vende a gasolina mais barata e aquele de maior custo � de 12,83%, varia��o que chega a 26,34% no caso do �lcool.

Investimento do setor em MG


Com unidades em Minas Gerais e Goi�s, a inglesa BP Biocombust�veis, uma das maiores companhias de energia do mundo, anunciou expans�o da capacidade brasileira de produ��o, das atuais 7,5 milh�es de toneladas de cana-de-a��car para 30 milh�es de toneladas em cinco anos. � o equivalente a 2,7 bilh�es de litros de �lcool. Faz parte do plano de investimento, de valor total n�o divulgado, mais uma usina. O presidente da empresa no pa�s, Mario Lindenhayn, informou que j� assinou protocolo de inten��es com o governo do estado para erguer a unidade no Tri�ngulo Mineiro. “O munic�pio ainda est� em estudo”, disse.

Desde abril deste ano, a BP � respons�vel pela opera��o das Usinas da Companhia Nacional de A��car e �lcool (CNAA) em Ituiutaba, tamb�m no Tri�ngulo Mineiro, e em Itumbiara (Goi�s). As duas t�m capacidade para 2,5 milh�es de toneladas e ter�o a capacidade dobrada. Nessa quarta-feira, a empresa anunciou que firmou acordo para adquirir cerca de 3% das a��es da CNAA, da LDC Energia, por US$ 25 milh�es. Agora, det�m 99,97% das a��es da companhia. A BP ainda tem 50% das a��es da Tropical BioEnergia, propriet�ria de uma usina em Ed�ia, em Goi�s.

“Vamos dar contribui��o relevante para o Brasil aumentar a oferta de biocombust�evis”, afirmou Lindenhayn. O otimismo do executivo vem da perspectiva de aumento de participa��o do biocombust�vel na matriz energ�tica brasileira. Ele explicou que as unidades t�m flexibilidade industrial, ou seja, o percentual da produ��o entre o a��car e o �lcool pode variar de acordo com os pre�os e necessidade de entrega. “As decis�es sempre se d�o a partir da demanda do mercado.” Hoje, da produ��o total do grupo no Brasil, 50% s�o de etanol e 50% de a��car. “N�o haver� mudan�a dr�stica, podendo variar para at� 60%”, garante.

Desde 2006, a BP anunciou investimentos de US$ 2 bilh�es em pesquisas, desenvolvimento e opera��es com biocombust�veis, al�m de investimentos em unidades produtoras. Os planos de expans�o no Brasil est�o dentro dessa cifra, assim como projetos na Europa e nos Estados Unidos.


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