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Estado de Minas

Queda da safra de caf� corta postos de trabalho em Minas

Oferta de postos de trabalho no pa�s caiu 36% em agosto, na compara��o com o mesmo per�odo de 2010. Em MG, redu��o na safra do gr�o foi determinante no resultado: menos 801 vagas


postado em 15/09/2011 06:00 / atualizado em 15/09/2011 08:24

O gerente Luiz Barbosa conseguiu emprego graças à ampliação de um restaurante que contratou 29 pessoas
O gerente Luiz Barbosa conseguiu emprego gra�as � amplia��o de um restaurante que contratou 29 pessoas
A estrondosa queda na safra de caf� em Minas Gerais – a colheita despencou de 25 milh�es de sacas de 60 quilos, em 2010, para 21,6 milh�es em 2011 – puxou para baixo o total de empregos formais em agosto passado no estado, maior produtor nacional do gr�o no pa�s, com fatia em torno de 50% do total. O alarmante recuo na colheita da commodity levou o setor de agropecu�ria a fechar 22.660 postos de trabalho no m�s passado. Nem mesmo o bom desempenho de outros setores, como o de servi�os, que abriu 10,8 mil vagas, e o da ind�stria da transforma��o, com 4,4 mil carteiras assinadas, foi capaz de superar a perda causada pelo caf�. Diante disso, o saldo de empregos em Minas ficou negativo em 801 vagas. Em agosto de 2010, o saldo havia sido extremamente positivo: 29.253 vagas.

Os n�meros fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nessa quarta-feira pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE). Em n�vel nacional, o saldo em agosto ficou positivo em 190.446 postos. Por�m, quando comparado com o balan�o de agosto de 2010, �poca em que 299.415 carteiras de trabalho foram assinadas no pa�s, observa-se expressiva queda, de 36,3%. Novamente, boa parte do resultado se deve � agropecu�ria. Mas tamb�m a outros setores, como a ind�stria automobil�stica.

Os balan�os em Minas Gerais e no Brasil levaram o ministro do Trabalho e do Emprego, Carlos Lupi (PDT), a rever para baixo, como j� havia feito na semana passada, a estimativa da gera��o de emprego para 2011. Se no in�cio do ano ele esperava cerca de 3 milh�es de novas vagas, agora prev� entre 2,7 milh�es e 2,9 milh�es. Entre janeiro e agosto �ltimo foi criado 1,596 milh�o de vagas no pa�s. No mesmo per�odo de 2011, 1,954 milh�o. Apesar disso, o ministro n�o avalia que as quedas representam a desacelera��o da cria��o de vagas.

“Tivemos, em agosto, uma m�dia maior que a registrada normalmente no m�s, que fica em torno de 185 mil empregos gerados. O n�mero j� � melhor que o de julho e minha expectativa � de que setembro ser� melhor do que agosto, assim como outubro. Teremos muita contrata��o na ind�stria de produ��o de alimentos e no com�rcio por conta do fim do ano. O crescimento do emprego est� acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, avaliou.

A economista Ana Paula Bastos, da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDl-BH), tamb�m acredita que a economia vai bem. “O que sustenta o PIB � o com�rcio, os servi�os e a constru��o civil. A tend�ncia da economia � mostrada pelos �ltimos 12 meses”. Nesse caso, o Caged revela que o saldo de empregos no estado est� positivo em quase 220 mil vagas (aumento de 5,74%). No acumulado do ano, o percentual � ainda maior (6,02%).

PIB

Em Belo Horizonte, no acumulado dos �ltimos 12 meses, o crescimento do emprego ficou em 6,26% (61 mil postos de trabalho). A constru��o civil, como j� era de se esperar, foi a �rea que mais gerou emprego na capital mineira nos �ltimos 12 meses: 10,4 mil vagas. O setor foi o grande respons�vel pelo avan�o de 3,4% do PIB mineiro, no segundo semestre de 2011, conforme divulgado na ter�a-feira pela Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP). A constru��o civil, com avan�o de 8,5%, impediu que o PIB registrasse crescimento ainda menor, uma vez que o indicador desacelerou na compara��o com o primeiro semestre do ano, quando marcou 5,4%.

O bom desempenho da constru��o civil favoreceu o marceneiro Mateus Bonfim Dias, de 27 anos, rec�m-contratado pelo restaurante Xico da Carne. “O mercado nessa �rea est� muito bom. Recusei duas ofertas de emprego para vir para c�.” O
O marceneiro Mateus Bonfim Dias recusou duas ofertas antes de aceitar o trabalho atual, em um reforma
O marceneiro Mateus Bonfim Dias recusou duas ofertas antes de aceitar o trabalho atual, em um reforma
restaurante em que trabalha, no Barro Preto, passa por reforma de amplia��o para aumentar a clientela em 50%. “O n�mero de funcion�rios, at� a reinaugura��o, em 6 de outubro, ter� passado de 21 pessoas para 50”, conta Rodrigo Nascimento, diretor do empreendimento.

Um dos novos empregos foi conquistado por Luiz Barbosa, de 33, que passou a gerenciar o restaurante em agosto: “O setor (com�rcio) em Belo Horizonte est� aquecido”. Em BH, o com�rcio abriu quase 9,2 mil vagas nos �ltimos 12 meses. No estado, o setor empregou 2.791 pessoas em agosto passado.

Pequenas t�m 90% das vagas, diz analista

O Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE) n�o detalhou a gera��o de vagas abertas no mercado formal por porte de empresas, mas todos os especialistas consultados pela reportagem afirmaram que os micro e pequenos empreendimentos s�o os que mais abrem postos no pa�s. Nos c�lculos do economista Augusto Mansur, analista de Atendimento do Servi�o de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas do Estado de Minas Gerais (Sebrae Minas), tal n�mero corresponde a cerca de 90%. “De cada 100 empresas, 90% s�o micro e pequenas. E elas respondem por perto de 90% do emprego formal. O botequim da esquina, por exemplo, tem dois, tr�s funcion�rios. As pequenas empresas s�o muitas e, quando se faz o levantamento, observa-se que a gera��o de empregos se deve �s pequenas e m�dias”, explicou o especialista.

A for�a das empresas de pequeno porte � tamanha que a C�mara dos Deputados aprovou, no fim de agosto, projeto de lei para aumentar o teto do faturamento das microempresas, de R$ 240 mil anuais para R$ 360 mil para, e das pequenas empresas, de R$ 2,4 milh�es para R$ 3,6 milh�es. O texto j� se encontra em tramita��o no Senado, devendo entrar em vigor no pr�ximo ano.

Em julho passado, quando foram abertas 140,5 mil vagas em todo o pa�s, as microempresas foram respons�veis, segundo levantamento do Sebrae, por 107,9 mil novos postos de trabalho. Apesar de as turbul�ncias externas, como crises na Europa e a estagna��o nos Estados Unidos, terem afetado parte da economia nacional, Mansur avalia que a desacelera��o econ�mica n�o impede as pessoas de abrirem o pr�prio neg�cio.

“O Brasil vai sentir (as crises) bem menos do que outros pa�ses, em fun��o de termos um mercado interno forte”, justificou. Um dos term�metros de que os mineiros v�m abrindo o pr�prio neg�cio � a estat�stica de empreendedor individual, levantada pelo Sebrae. Na compara��o entre o primeiro semestre de 2011 e igual per�odo de 2010, o total de novos empreendedores individuais no estado subiu 41,5%, de 26.615 empreendedores para 37.677.


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