Mineiros aproveitam d�lar barato para fazer compras de Natal em Nova York

“Primeiro dia em Nova York: conhecer a regi�o da Times Square, com seus famosos letreiros luminosos. Visitaremos lojas como Billabong, Quicksilver, Roxy, Element, Swatch, Forever 21 e muito mais… Quinto dia: faremos uma viagem at� a regi�o de Central Valley, ao Norte do estado de Nova York, onde passaremos o dia fazendo compras nos maiores shoppings outlets da Am�rica do Norte, o Woodbury Commom Premium Outlet. L�, vamos visitar v�rias lojas, como Banana Republic, Calvin Klein, Dior, Giorgio Armani, Gucci, Lacoste, Armani, Nike, Prada e muito mais…”

Compras, passeio, compras. Assim t�m sido os an�ncios das ag�ncias de viagens para atrair os turistas nos pacotes para os Estados Unidos at� o fim do ano. Afinal, n�o s�o poucos os que querem aproveitar para adquirir produtos at� 61,5% mais baratos, caso de t�nis da Mizuno (veja quadro). Al�m do d�lar baixo, o aumento da massa salarial da popula��o, o visto mais f�cil e o n�mero maior de voos para a terrinha do Tio Sam animam o turista a passear – e fazer compras de Natal – no exterior. Miami e Orlando deixaram de ser as �nicas paradas obrigat�rias para compras. Nova York tamb�m entrou para o pacote das ag�ncias de turismo, com pre�os mais baixos do que os cobrados pelos resorts e alguns destinos no Brasil.

O pacote de seis dias para Nova York custa hoje a partir de US$ 1,78 mil (R$ 3,22 mil). “H� dois anos, esse mesmo pacote custava cerca de 20% a mais. O d�lar baixo estimula o turismo de compras para essas cidades”, afirma Jos� Carlos Vieira, vice-presidente nacional e diretor regional da Associa��o Brasileira de Ag�ncias de Viagem (Abav). Para Orlando e Miami, os pre�os dos pacotes s�o ainda mais convidativos: a partir de US$ 1,15 mil (R$ 2 mil) e US$ 1,20 mil (R$ 2,16 mil), respectivamente.

Procura

A procura de viagens para esses tr�s destinos cresceu cerca de 30% nas ag�ncias de Belo Horizonte, segundo a Abav. At� dezembro, muitos pacotes j� est�o com 90% dos lugares vendidos. A euforia, na opini�o dos agentes de viagens, tem uma explica��o: compras. “Fica mais barato ir para l�, comprar todos os presentes de Natal e voltar”, observa Marcelo Cohen, diretor da Belvitur Turismo.

A Green Tours vai fazer em dezembro o pacote “Semana I love New York/Compras de Natal”. “Vamos mesclar turismo, compras e cultura. O d�lar favorece muito esse tipo de passeio. Al�m disso, est� mais f�cil tirar o visto para os Estados Unidos e h� mais op��es de voos”, afirma Cl�udia Brauer, diretora de marketing da Green Tours.

A aut�noma Val�ria Gomes j� comprou seu pacote para a semana “I love New York”. “Al�m de fazer compras de presentes, vou ver a decora��o de Natal na cidade. Dizem que � linda”, afirma. Val�ria tem duas filhas adolescentes, que j� fizeram a lista de presentes. “A diferen�a de pre�os dos produtos l� e aqui � muito grande. As roupas de marca custam menos da metade do valor”, afirma Val�ria.

Vale lembrar que a cota��o do d�lar comercial no pa�s, nesta mesma �poca, chegou perto de R$ 2, em 2007, e veio caindo ano a ano. Na �ltima semana, ficou entre R$ 1,69 e R$ 1,73. A diferen�a � mais um estimulo para Val�ria Gomes: “Est� valendo muito a pena. At� a alimenta��o est� mais barata nos EUA. Estive em Orlando em abril e conferi os pre�os”. Ela trabalha com representa��o de tecidos e roupas e vai aproveitar para conferir os lan�amentos na metr�pole.

Status

Primeiro foi a febre dos enxovais de beb� em Miami. A moda agora � comprar importados direto na fonte para presentear e a lista de op��es de destino s� aumenta: depois da metr�pole na Fl�rida, Nova York entrou no roteiro. Al�m de impressionar parentes e amigos com produtos “made in USA”, consumidores est�o em busca de pre�os mais em conta. O d�lar barato � o principal argumento e, com a frequente desvaloriza��o da moeda americana frente ao real, fica dif�cil para a ind�stria nacional competir com produtos de fora. O aumento da renda, aliado � facilidade do cr�dito no setor de turismo, n�o consegue conter o desejo de brasileiros despejarem d�lares no exterior – s� em julho, o volume rompeu a barreira recorde dos US$ 2 bilh�es.