
Os profissionais decidiram radicalizar o movimento e n�o aceitam menos que o valor estabelecido como m�nimo pela Associa��o M�dica Brasileira (AMB). No fogo cruzado fica o consumidor. A Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), que regula o setor, informa que a operadora deve garantir o atendimento, mas n�o � o que tem ocorrido.
A tens�o na sa�de vem se agravando. Segundo a ANS, existem cerca de 30 mil processos administrativos contra as operadoras. Os procedimentos foram iniciados com den�ncias de clientes sobre procedimentos negados. Apesar de os

"Os planos de sa�de se tornaram o SUS particular", comenta a usu�ria do sistema e nutricionista Lavinne Sousa. Segundo ela, sempre que precisa levar as crian�as ao hospital, � dif�cil esperar menos de tr�s horas. "J� a marca��o de consulta pode demorar tr�s meses", comenta ela, que j� teve de esperar para ir � ginecologista. O tempo foi ainda maior para o dermatologista. Apesar de considerar que o movimento dos m�dicos reflete nos usu�rios, ela concorda com o protesto. "Pagamos caro. E o valor que os m�dicos recebem � baixo pelo trabalho que oferecem."
Em Belo Horizonte estima-se que a car�ncia do setor atinja 1,5 mil leitos. J� nos consult�rios o d�ficit � sentido pelo usu�rio quando liga para marcar consultas. "Existem dois movimentos ocorrendo. Os m�dicos est�o abandonando os consult�rios ou se descredenciando e preferindo atender particular", diz o presidente eleito da Associa��o M�dica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira. Segundo ele, a expectativa � de 80% de ades�o ao movimento de amanh�. "O valor da consulta n�o cobre os custos", justifica.
O diretor de sa�de suplementar da Federa��o Nacional dos M�dicos (Fenam), M�rcio Bichara, informa que houve movimento de algumas operadoras para reajustar os honor�rios m�dicos, mas nenhuma atingiu o piso. Outras nem mesmo negociaram. "H� 10 anos os honor�rios representavam 40% dos custos das operadoras, hoje representam 18%." Ele tamb�m apontou que o n�mero de usu�rios vem crescendo, ao contr�rio da capacidade de atendimento. "Ampliar a rede significa crescer o custo para as empresas."
Depois de aguardar mais de 30 dias por uma consulta, a pensionista Euzi Faria decidiu mudar de m�dico. Mesmo assim, precisou aguardar mais um m�s para se consultar com o especialista. A filha da pensionista, a aposentada Vera L�cia Marotta

Na defesa
A Fenasa�de, que re�ne 15 dos maiores grupos do pa�s, diz que tem discutido com os m�dicos em f�runs de sa�de e que o reajuste concedido por suas afiliadas est� entre os maiores do setor. A Unimed-BH informa que respondeu aos m�dicos com o compromisso de reajustes anuais. Segundo a cooperativa, os reajustes na remunera��o de consultas e outros procedimentos, j� implantados a partir de junho, representar�o, nos pr�ximos 12 meses, um incremento da ordem de R$ 50 milh�es aos honor�rios m�dicos pagos.
Segundo as entidades m�dicas, a consulta da cooperativa foi de fato elevada de R$ 48 para R$ 56, mas permanece abaixo do patamar estabelecido pelos m�dicos como m�nimo. Sobre o pleito dos m�dicos e a condi��o dos usu�rios, a Associa��o Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) informou que n�o � sua atribui��o discutir remunera��o dos prestadores de servi�os.