A infla��o medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou acelera��o neste m�s de setembro, passando para 0,53%, ap�s uma taxa de 0,27% em agosto. O resultado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), ficou colado ao teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pela Ag�ncia Estado, que esperavam infla��o entre 0,44% a 0,54%, com mediana de 0 48%.
Em setembro de 2010, a taxa havia ficado em 0,31%. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula taxas de infla��o de 5,04% no ano e de 7,33% em 12 meses at� setembro. O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) acumulou uma alta de 0,90% no terceiro trimestre do ano segundo dados divulgados pelo IBGE. O resultado � bem superior ao registrado em igual per�odo de 2010, quando a taxa foi de 0,17%.
Alta do d�lar pressiona infla��o
A escalada do d�lar deve ter forte impacto na infla��o ao consumidor no �ltimo trimestre do ano, tanto pelo lado das cota��es dos alimentos e de outras mat�rias-primas, como das cota��es dos produtos manufaturados. Se o c�mbio m�dio deste m�s girarem torno R$ 1,75, os pre�os das commodities ter�o alta de 9 5% em reais, com reflexos nos pre�os no atacado e no varejo, calcula o s�cio da RC Consultores, Fabio Silveira.
“Ser� uma forte press�o inflacion�ria sobre os IGPs e os IPCs”, afirma o economista. Para chegar a esse n�mero, ele considerou um c�mbio m�dio de R$ 1,75 neste m�s e o comportamento do �ndice CRB (Commodity Research Bureau), que acompanha a cota��o de 25 commodities, entre as quais est�o alimentos, metais e petr�leo. Apesar de o �ndice CRB ter
Silveira n�o se arrisca a projetar o tamanho do repasse da alta dos pre�os das commodities para o IPCA, mas diz que no quarto trimestre de 2010, quando os pre�os das commodities medidos pelo CRB variaram entre 4% e 5% em reais, o impacto ocorreu no primeiro trimestre deste ano: em fevereiro e mar�o, o IPCA variou entre 0,7 a 0,8% ao m�s. “O impacto � inevit�vel.”
Jos� Augusto de Castro, vice-presidente executivo da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), observa que apesar de os importadores terem fechado o c�mbio quando a cota��o era mais favor�vel �s compras externas, provavelmente haver� algum repasse porque a conta que o empres�rio faz � custo de reposi��o do produto. Com o d�lar mais alto, o custo aumenta. “� poss�vel que haja um aumento de 10% nos pre�os em reais dos manufaturados no Natal”, prev� Castro.
Ele observa tamb�m que, do ponto de vista das exporta��es, o d�lar na casa de R$ 1,80 diminui a defasagem, mas ainda � insuficiente para tornar os produtos brasileiros competitivos no exterior.