Em at� tr�s semanas deve ocorrer um desfecho positivo para a crise da Gr�cia, o que deve fazer com que caia a volatilidade no mercado de c�mbio no Brasil, a ponto de levar a cota��o para um patamar mais apreciado, que deve fechar em R$ 1,65 no final do ano, afirmou o economista-chefe para Am�rica Latina do banco HSBC, Andr� L�es.
Segundo ele, esse cen�rio tem como hip�tese principal que as autoridades daquele pa�s conseguir�o realizar uma reestrutura��o da d�vida capaz de evitar um colapso junto aos credores, que eventualmente culminaria num default soberano. "Neste contexto, a volatilidade da cota��o do real ante o d�lar vai diminuir de forma expressiva e o movimento do c�mbio deve voltar a se normalizar", comentou.
Para L�es, o movimento internacional de investidores � busca de ativos seguros e com baixo risco deve diminuir as varia��es mais abruptas do c�mbio nas pr�ximas semanas. "Como j� est� ocorrendo o flight to quality h� algum tempo, fica menor o potencial de oscila��es bruscas dos valores de ativos relativos ao Brasil, como o c�mbio", destacou. "Al�m disso, nos �ltimos dias ocorreu um movimento de investidores institucionais e sobretudo de exportadores que aproveitaram a cota��o mais alta para fechar a cota��o do c�mbio num patamar mais favor�vel", disse.
Segundo Andr� L�es, caso se confirme seu cen�rio principal sobre os desdobramentos da crise da Gr�cia, o nervosismo dos mercados internacionais deve diminuir bem, pois os investidores perceber�o que vai cair muito a possibilidade de cont�gio para outras economias europeias maiores, como a Espanha e It�lia. "Desta forma, o mercado ficar� com uma avalia��o de que as autoridades da Europa conseguiram limitar bem os efeitos da crise sobre a Gr�cia, o que n�o deve provocar impactos muito negativos sobre outros membros da zona do Euro", afirmou.
O economista esteve recentemente em contato com clientes de renda fixa nos EUA e verificou que h� uma percep��o n�o muito favor�vel sobre as recentes decis�es do Poder Executivo da gest�o da economia, com destaque para mudan�a s�bita da administra��o da pol�tica monet�ria no dia 31 de agosto. De acordo com L�es, investidores passaram a avaliar que o governo n�o quer o ingresso de capitais de curto prazo, e que somente tem interesse em investimentos estrangeiros diretos, o IED.
"Mas passado o per�odo mais agudo da crise, o fluxo de capitais de portf�lio pode retomar de alguma forma o f�lego", comentou L�es. Um dos fatores que devem estimular este tipo de investidores � a rentabilidade de t�tulos p�blicos brasileiros, dado que os juros reais ex-ante est�o em 4,54%, patamar diferente das taxas negativas registradas nos EUA, Zona do Euro, Jap�o e Reino Unido. Al�m de esperar que o c�mbio chegar� ao final do ano no patamar de R$ 1,65, ele estima que esta cota��o ser� repetida no encerramento de 2012. No seu cen�rio, o Brasil n�o deve ser muito afetado pela crise internacional, pois estima que o subir� 3,5% em 2011 e avan�ar� 4% no pr�ximo ano, enquanto a Selic deve encerrar este ano em 11% e atingir 10% no ano que vem.